14 de março de 2024

A Revista Raízes, firme e forte!


A revista Raízes de São Caetano do Sul -SP é uma publicação com foco na memória do município e região e segue firme e forte em quase 35 anos de existência (que serão completados em julho deste ano). A Edição 67 acabou de sair do forno e mais uma vez colaborei com um artigo. Meu texto da vez tem ares de crônica e traz um pouco da história das bancas de jornais e revistas da cidade e minha relação afetuosa e emocional com esses estabelecimentos mágicos que infelizmente estão diminuindo, embora muitas estejam se adequando aos novos tempos.

Os exemplares da revista, que são gratuitos, podem ser retirados na sede da Fundação Pró-Memória, na Avenida Dr. Augusto de Toledo, 255, Bairro Santa Paula, São Caetano do Sul, de segunda à sexta, das 8h às 17h.


28 de fevereiro de 2024

A volta de Terry e os Piratas , pela JBraga!


Uma das boas notícias desse início de ano é a pré-venda do álbum "Terry e os Piratas Volume 1 - 1934 a 1936", com histórias inaugurais desse clássico dos clássicos criado pelo genial Milton Cannif. Quem traz - finalmente - os quadrinhos do mestre Cannif aos holofotes, depois de décadas no limbo aqui no mercado brasileiro, é a JBraga Comunicação, do querido José Braga, editora que já nos brindou com lançamentos recentes primordiais como Spirit e Torpedo 1972. Nada mais justo esse lançamento no ano em que a série completa 90 anos. Pra vocês terem uma ideia, a última - e acredito que a única - vez em que "Terry e os Piratas " apareceu como título de uma publicação aqui no Brasil foi em três números daqueles gibis em formato livro da Saber no início dos anos 1970 (e mesmo assim, numa outra fase, com desenhos de George Wunder). A última aparição pra valer foi no Almanaque do Gibi Nostalgia em meados da década de 1970. No mais, a série só apareceu anteriormente no pioneiro Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen nos anos 1930/1940 e nos antigos almanaques da Rio Gráfica nos anos 1950. Muito pouco para uma das mais aclamadas séries de aventura dos quadrinhos mundiais. Para aproveitar o descontaço dessa pré-venda, é só clicar no link abaixo

https://www.jbragacomunicacao.com.br/terry-1 

23 de fevereiro de 2024

Gibiteca Álvaro de Moya em São Roque - SP

 Desde o último 30/01. Dia do Quadrinho Nacional, a Gibiteca da Biblioteca Pública Municipal Professor Arthur Riedel passou a se chamar Gibiteca Álvaro de Moya. No dia comemorativo inaugurou-se a gibiteca com o novo nome e vários especialistas e profissionais da área foram convidados pelo jornalista Francisco Ucha - atual morador da cidade e um dos responsáveis junto com a direção do espaço pela homenagem a Moya - a darem um depoimento sobre esse importante acontecimento cultural. Também fui convidado e me senti muito lisonjeado por participar desse marco. Estão neste vídeo, a roteirista Denise Ortega; o quadrinista Laudo Ferreira; o especialista e professor João Marques, de Portugal; o professor e quadrinista Gilberto Maringoni; o presidente da ACB, Jal; o cineasta e professor Celso Sabadin; o professor e quadrinista Octavio Aragão; o quadrinista Spacca; o editor e jornalista Sidney Gusman; e o designer e quadrinista Ricardo Leite. E fechando com chave de ouro, o próprio Álvaro de Moya aparece num depoimento inédito sobre a história de seu encontro com Marylin Monroe. Hilário e antológico - a cara do saudoso Moya.

Para quem não conhece Álvaro de Moya (isso é imperdoável), deixo uma pequena bio (escrita pela assessoria da gibiteca):

O legado de um gênio

Nascido em São Paulo em 19 de julho de 1930, Álvaro de Moya foi desenhista de quadrinhos, ilustrador, correspondente da Folha da Tarde nos Estados Unidos; participou da fundação da TV Tupi; foi Diretor da TV Excelsior e estabeleceu as diretrizes que modernizaram a televisão no Brasil. Revolucionário, ele foi um dos idealizadores da primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos do mundo, realizada na Capital paulista em 1951, quando essa arte ainda era vista com preconceito. Seu pioneirismo sem precedentes o levou a escrever, editar e organizador Shazam!, o primeiro livro teórico sobre quadrinhos escrito no Brasil e ainda hoje publicado na Coleção Debates da Editora Perspectiva. Durante muitos anos foi o representante brasileiro do Festival de Lucca, na Itália, que nos anos 1960 era o maior evento de quadrinhos na Europa, além de ter levado a arte de Mauricio de Sousa para os Estados Unidos e Europa. Ele também foi um dos mais importantes professores de Comunicação da Universidade São Paulo/USP. Mas Moya foi muito mais para a Cultura e a Comunicação no Brasil. Sua obra é tão diversa que é impossível resumir sua importância em poucas linhas.

O Vídeo e links do almanaque:

O vídeo na íntegra com os depoimentos estão aqui:

 


Links do Almanaque do Malu com Álvaro de Moya:

22 de fevereiro de 2024

Olavo Pereira e sua arte publicitária estonteante!

 


Esse anúncio incrível do Mappin é referente ao Carnaval de 1977 e saiu em alguns grandes jornais da época. A disposição harmônica das imagens - com muita informação para pouco espaço - impressiona. O responsável por essa arte estonteante, com direito à fantasia do Batman em destaque, é o designer Olavo Pereira, que era o responsável pelas artes dos anúncios de página inteira do Mappin na época. Olavo tinha uma escola de desenho no centro de São Paulo e era um dos frequentadores da icônica Livraria do Gibi nos anos 70. Trabalhou em muitas agências, e uma delas foi a Lintas, nos anos 50 (o anúncio abaixo, de uma revista da época, parece matéria, mas é anúncio de Modess. Olavo assina como Olavo Silveira Pereira). Quem descobriu a peça do jornal foi o Leo Engelmann. Quem espalhou nas redes fui eu. O Franco de Rosa e o Toni Rodrigues adicionaram as infos sobre o artista. O anúncio abaixo é do acervo do Toni Rodrigues. Greats!




21 de fevereiro de 2024

Borboleta mágica

Ontem (20/02/2024), entre um chuvisco e outro, uma visitante mui simpática e estonteante veio me visitar. Pousou no quintal, como quem não quer nada e ficou se exibindo, mostrando suas cores mágicas para quem quisesse ver. Aí mora o perigo: meus gatos já se tocaram que tinha algo colorido se movimentando na parede e mais do que depressa fiz um resgate rápido do frágil e chamativo inseto, levando-o são e salvo para o jardim da frente, longe dos gatos gatunos. Aproveitei pata tirar essas fotos aqui e perguntei para o grupo de especialistas no Facebook quem era a figura alada. Me informaram que é uma Ancyluris aulestes e que o clique mostra a espécie na parte dorsal e ventral (e não frente e verso, como citei na pergunta). Aprendi mais uma.



31 de janeiro de 2024

Portinari na Estação Mackenzie/Higienópolis


Hoje, no meio da loucura do rush das 18 horas na estação Mackenzie/Higienópolis do Metrô, entre centenas e centenas de pessoas acelerando o passo para entrar nos vagões lotados e chegar o mais depressa possível no destino desejado, eis que me deparei com uma inusitada exposição do grande Cândido Portinari, na minha opinião, um dos pintores mais genuínos das artes plásticas do Brasil. Não tive dúvida: em meio ao caos do fim de quarta-feira chuvosa - com direito a granizo e rajada de vento em algumas regiões - desacelerei, me postei na frente de cada painel e fotografei cada quadro ali exposto. Alguns apressados que me viram de soslaio podem ter me achado um maluco completamente fora do prumo, estático e contemplativo, enquanto o mundo em volta colapsava. Mas o que senti, ali, mergulhado nos quadros geniais do Candinho, foi sanidade, muita sanidade. Seguem os quadros:











































11 de janeiro de 2024

Walmir Amaral (1939-2023)

    Walmir Amaral em lançamento do seu SketchBook em 2017

Faleceu ontem (10/01) o mestre dos quadrinhos Walmir Amaral, aos 84 anos. Uma lenda da nona arte que - felizmente - teve grande reconhecimento do seu legado ainda em vida, principalmente nos últimos anos, quando voltou a aparecer em eventos e feiras de quadrinhos, graças ao empenho de colecionadores e fãs como o jornalista Heitor Pitombo - que o entrevistou em 2007 depois de redescobri-lo trabalhando no setor de artes do CCAA quando quase ninguém falava dele - ; a turma dos quadrinhos da Feira de antiguidades da Praça XV no Rio de Janeiro (André, Marcelo, Luciano e outros); os dois maiores colecionadores do personagem Fantasma no Brasil - Helio Guerra e Dedy Edson - e o empenho de Franco de Rosa em São Paulo , que manteve sua arte viva em editoras como Kalaco e Nova Sampa, e que junto com Marcio Baraldi (no seu selo Grrr!) e a Editora Criativo, resgatou obras importantes do desenhista, como "Walmir Amaral - Primórdios - Faroeste" (em dois volumes); "Walmir - Amaral - Primórdios - Heróis"; "Zhor, o Atlanta" e "O Vingador" (em dois volumes). Eu, indiretamente, prestei homenagem ao mestre quando fiz a biografia de Getulio Delphim no ano passado (Editora Criativo - selo Grrr!) quando o citei diversas vezes na obra - Getulio e Walmir foram grandes amigos na Rio Gráfica nos anos 50 - além de incluir fotos raras e um depoimento seu exclusivo. Soube que ele recebeu o livro e adorou! Walmir Amaral começou na Rio Gráfica em 1956 e nunca mais parou de desenhar: colaborou com a Editora Continental/ Outubro, Taíka, Abril (desenhando Zorro, além de colaborar com roteiro para a revista Crás e  fazer capa para a revista Audax), Saber e Grafipar. 

                             História de terror para a revista Histórias Macabras 11, de 1959 (ed.Continental)

Mas foi mesmo na Rio Gráfica, entre os anos 50 e 90, que construiu sua lenda, criando centenas de capas e desenhando histórias exclusivas de personagens icônicos como Fantasma, Cavaleiro Negro e o brasileríssimo O Anjo. Conheci pessoalmente o Walmir num grande evento da Criativo em 2019 e depois reencontrei-o mais duas vezes. Em todas as oportunidades ele demonstrou sua humildade natural, sua paixão em desenhar e sua privilegiada memória para lembrar histórias. Na produção da biografia do Getulio Delphim, falei com ele por telefone e ele me passou um depoimento emocionante. Pensei que ia encontrá-lo no último evento da Criativo, em novembro, mas ele não estava em condições físicas para viajar de ônibus. Ontem, veio a notícia do seu falecimento, que comoveu todos os grupos e páginas relacionadas às HQs. Ainda bem que o grande mestre Walmir Amaral é e será futuramente reverenciado e homenageado por essa grande massa de fãs e entusiastas de sua arte magnífica - o jornal O Globo, o G1 e os jornais televisivos do grupo Globo, que deveriam fazer isso, não deram uma linha sequer ou matéria sobre seu falecimento, ele que foi funcionário da casa por quase quarenta anos e com seu esforço hercúleo, ajudou a empresa a se tornar esse rico conglomerado que se mantém até hoje. Prometo a você, mestre, que nós, aqui nos bastidores, manteremos seu nome no mais alto panteão dos grandes artistas da nona arte brasileira! Obrigado por tudo!

Aqui, uma entrevista de Walmir Amaral para a Live de Quadrinhos com Francisco Ucha, Toni Rodrigues e Ana Gisele em 2021: https://www.youtube.com/watch?v=xMYZMCPwCVY 

Abaixo, alguns cliques com o mestre:

    Walmir Amaral, eu e Francisco Ucha em janeiro de 2023 na Comix

                                       Walmir Amaral com vários amigos e artistas em dia de lançamentos na Comix                                         (janeiro2023)

                                      

                                         Na Comix, em janeiro de 2023


31 de dezembro de 2023

Um ótimo 2024! (com os votos criativos do Toni Rodrigues)


O caríssimo Toni Rodrigues, publicitário, artista gráfico, roteirista e criador da imprescindível revista de memória gráfica MeMo, anda causando ótimas impressões com sua série "Memória em Quadrinhos", compartilhada na rede social. Nesta última do ano - a que ilustra o post - Toni se superou. Tanto, que nesse dia 31/12, grupos de quadrinhos do Facebook, do Whatsapp e outras redes compartilharam como uma enxurrada essa criativa mensagem de Ano Novo com personagens icônicos das HQs. Merecidamente! Mas que em cada dessas compartilhadas o Toni Rodrigues seja citado com louvor como autor, para que essa peça tão inspirada não caia na vala comum dos memes. Viva 2024!

25 de dezembro de 2023

HQ promocional de Vilmar Rodrigues para a Poupança Delfin (1973)

 Essa bela página com uma HQ promocional da Caderneta de Poupança Delfin (muita gente lembra do jingle, "É o Cofrinho da Delfin") saiu na revista Mônica nº43 de novembro de 1973, com desenhos de Vilmar (tá assinado no último quadrinho). Vilmar Rodrigues (1931-1997), nascido em Bagé-RS, trabalhou na imprensa como cartunista e chargista (Última Hora, Pif-Paf, Pasquim), mas ficou conhecido por fazer uma dupla bem dinâmica com o escritor Carlos Eduardo Novaes em diversos livros e pela sua participação efusiva na revista Mad, da Editora Vecchi. Seu talento e versatilidade não passaram batidos ao editor Ota na época, que o colocou também para fazer algumas histórias de terror.



20 de novembro de 2023

Joselito na Folha de S.Paulo

  Só não foi a uma surpresa-susto porque o Ruy Castro avisou por email que a coluna ia sair hoje. Ruy Castro, que eu considero um baita escritor e jornalista, além de ser, na minha opinião, o maior biógrafo brasileiro em atividade, foi leitor voraz de Vida Infantil na infância - a revista em que Joselito imperava com suas criações: Lourolino (um papagaio), Remendado (um cágado) e principalmente o macaco Pituca, que na linha dos grandes "atazanadores" dos quadrinhos (Sobrinhos do Capitão; Juca e Chico; Amigo da Onça; Escrotinhos, Nico Demo), botava terror nas páginas desse gibi. E como leitor recorrente, o jovem Ruy, lá nos anos 50, viu Joselito Mattos usar e abusar da metalinguagem nas histórias do Pituca, assunto que ele foca com inteligência em sua coluna de hoje (20/11), na Folha de S.Paulo e aproveita para avisar sobre meu livro, "Joselito Solta Seus Bichos" (que continua à venda na loja da editora Noir, no Amazon, e algumas livrarias como a Travessa, a Da Vila e a Casinha das Letras, em São Caetano). Grato, Ruy!

Segue o texto na íntegra: