28 de abril de 2010

Esqueci... Adoniran também em disco nas bancas

Falei sobre o Adoniran Barbosa, bombando em todas as mídias, e me esqueci de um lançamento recentíssimo. Sim, a coleção de disquinhos da Folha, "Raízes da Música Popular Brasileira", chegou no final de semana com Adoniran Barbosa, CD número 7, incluindo texto corretíssimo do editor do projeto, Carlos Calado, e faixas bem selecionadas com o melhor da obra do compositor paulista. Estão lá as melhores versões: originais de Saudosa Maloca, Trem das Onze e Samba do Arnesto, com os onipresentes Demônios da Garoa, interpretações próprias de Adoniran em Vila Esperança, Samba Italiano e Mulher, Patrão e Cachaça e tabelinhas vocais únicas com o autor em Prova de Carinho ( c/ Vânia Carvalho), Tiro ao Álvaro ( c/ Elis Regina), Iracema (c/ Clara Nunes), Despejo na Favela ( c/ Gonzaguinha), e Aguenta a Mão, João ( c/ Djavan), todas do incrível disco solo de Adoniran de 1980, sob a direção de Fernando Faro, com vários duetos desta estirpe. Completam o disco, a clássica versão de Bom Dia, Tristeza, de Adoniran e Vinicius, na voz de Sylvia Telles na plenitude de 1958, a hilária interpretação d'Os Originais do Samba para As Mariposas e o impressionante trio Adoniran, Carlinhos Vergueiro e Clementina de Jesus, na brilhante "obra dentro da obra" Torresmo à Milanesa.
Mais uma dentro desta coleção, que até agora tem tratado com respeito os grandes mestres da música brasileira. E um pontinho pra Folha, que vem ultimamente com um jornalismo cultural fashion-enfadonho, artificial e ralo, em contrapartida ao revigorado Caderno 2 do Estadão, com matérias bem mais aprofundadas e interessantes.

27 de abril de 2010

Grandpa e Sungha: geniais e díspares talentos do Youtube



Um é velho, cego, rural, amarrotado, bluesy, instintivo. O outro é jovem, precoce, urbano, elegante, técnico, disciplinado. Geniais e intrépidos, cada um no seu jeito e em seu mundo. Só que no universo do Youtube, mundos distantes podem muito bem se acomodar em uma lista de favoritos de um desktop mais distante ainda.
Grandpa Elliot é um ícone das ruas de New Orleans, tocando ao ar livre no tradicional bairro French Quarter há décadas. 65 anos, cego, sempre com a mesma roupa, a gaita de prontidão, para o vozeirão que emociona. Nos últimos anos, depois de bombar com 30 milhões de visualizações no Youtube em uma participação magnífica de uma coletiva Stand By Me tocada e cantada na calçada - seu palco natural antes e depois do fatal Katrina - participou de diversas gravações e projetos, podendo mostrar seus dotes pela primeira vez em estúdios e shows. Seu primeiro disco saiu do forno agora.
Sungha Jung é um menino que mora na Coréia do Sul e deve ter seus 13 anos agora. Os vídeos com suas performances chegam a 1000, com milhões de visualizações cada um, e vão dos tempos em que usava fralda e manuseava o violão maior que ele, do seu pai professor, até hoje, em duelos com profissionais tarimbados. A sua desenvoltura impressiona e deixa claro sua obstinação e apuro técnico. Faz covers de todo o universo pop, de Michael Jackson à U2, de Dire Straits à Clapton. Mas a sua especialidade é Beatles, como se vê nos vídeos abaixo.
Dois gênios díspares em um mesmo domínio na rede mundial. É a boa música do planeta, há tempos sem fronteiras.
#Stand By Me - performances coletivas do projeto"Playing for Change" com artistas de várias partes do mundo, incluindo Grandpa (2008) - http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM
# Fannie Mae - projeto "Playing for Chance" - Grandpa Elliott (2009) - http://www.youtube.com/watch?v=tGoBUnC809w&feature=channel
# Amazing Grace (2006) - Grandpa livre leve solto - http://www.youtube.com/watch?v=_2siewLVmqU&feature=related
# Come Together (2007) - Sungha Jung mirabolante - http://www.youtube.com/watch?v=vS0QjEeNYpM
#Blackbird (2007) - Sungha estraçalhando - http://www.youtube.com/watch?v=hCT9xnlhldM&feature=related
# Canon - Trace Bundy & Sungha Jung (2008) - http://www.youtube.com/watch?v=4IQYpopq6jA&feature=related
# Freight Train - Sungha Jung em performance de 26/04/2010 - http://www.youtube.com/user/jwcfree?blend=1&ob=4

Ludopédio, o jogo do Chico

Chico Buarque de Hollanda estava exilado na Itália entre 1969 e 1970 quando criou um novo jogo de tabuleiro, batizado de Ludopédio. Este palavrão quer dizer "jogo com os pés" ( ludo= jogo; pédio ou pédico=pés) e por pressão de alguns puristas da língua, quase virou nome oficial do famoso football no Brasil da década de 40. Já pensou? na rádio ouviríamos: "Ludopédio.. é na Bandeirantes", ou mesmo na famosa letra do próprio Chico: "Aqui na Terra tão jogando Ludopédio..." o que fatalmente faria ele acabar a rima assim: "Tem muito samba, muito choro e muito tédio". Eca.
Bom, o nome felizmente não pegou, mas quando Chico foi batizar a sua invenção lá na Itália, baixou um brasilerismo arcaico e pimba: Ludopédio. Pra um jogo de tabuleiro o nome ficou até simpático e vindo do Chico, bem pensado. Afinal, a palavra ludo, além de jogo, também significa brinquedo, divertimento. A Grow, na época, bancou a idéia e lançou comercialmente o Ludopédio, que ficou em evidência durante a Copa de 70 mas depois sumiu. Ressurgiu anos depois como Escrete, mas alguns fãs do jogo original não aprovaram a nova versão, mais econômica e que abolia o lado cômico e satírico inserido por Chico Buarque. O compositor tabuleirólogo criara na época, opções de "jogadas"(na verdade, cartas) bem mais variadas e engraçadas que na segunda versão, além de introduzir personagens folclóricos do futebol como o pai-de-santo e o cartola.
Se o Escrete é um jogo difícil de localizar hoje em dia, imaginem o Ludopédio...será que o Museu do Futebol, lá no Pacaembú, tem um? o Chico deve ter....

26 de abril de 2010

Adoniran, 100, em show, disco, site, programa de TV...

Adoniran Barbosa foi o maior divulgador de São Paulo em seus sambas únicos, mas a recíproca, infelizmente, não foi sempre a mesma . Adoniran penou para ser reconhecido como compositor e depois de um início insípido ainda na década de 30, só voltou a compor duas décadas adiante, após criar diversos personagens ao lado do produtor Oswaldo Moles - que o consagraram no humor radiofônico - e participar de várias produções cinematográficas da época. No início dos 50, lançou dois compactos próprios, sem repercussão, até que encontrou a sua cara-metade em um jovem grupo de samba, que deu viço e originalidade às suas composições: estava decretada a imortal parceria Adoniran-Demônios da Garoa. A música nunca mais o largou, embora a carreira seguisse tortuosa: nos anos 60, um certo "Trem das Onze" deu combustível suficiente para que Adoniran e os Demônios sobrevivessem aos obstáculos da Jovem Guarda e dos Festivais, que sepultaram muita gente boa do samba. Nos 70, o compositor ainda teve grandes surpresas, ao gravar os primeiros LPs pelas mãos do obstinado produtor Pelão e ter suas gravações divulgadas por grandes intérpretes como Elis Regina e Clara Nunes. Mas tirando esses picos, o mestre sambista não foi homenageado, laureado e cultuado o suficiente em vida, o que é lastimável. São Paulo o esqueceu muitas e muitas vezes antes e depois da sua morte, em 1982. Agora, no ano de seu centenário, parece que finalmente o seu legado será reconhecido como patrimônio cultural paulista e brasileiro. Se o ano começou com o louvável lançamento de um CD tributo ( com Maria Alcina, Cristina Buarque, Oswaldinho da Cuíca, entre outros) e um furo hediondo - nenhuma escola de samba se lembrou de homenagear o centenário do compositor, nem mesmo a Vai-Vai - a coisa parece que tomou rumo de março pra cá e segue prometendo. Já rolou reedição da boa biografia do Celso Campos Jr. (Editora Globo) e shows bem cuidados ( como o memorável evento gratuito de ontem, no Ibirapuera, com a regência do maestro Amilson Godoy e participações de Jair Rodrigues, Arnaldo Antunes, Demônios da Garoa, Roger, Língua de Trapo, Eduardo Gudin, Vânia Bastos e Patty Ascher). Entre sexta-feira (30) e sábado(1), a Globo vai exibir o primeiro "Som Brasil" do ano, em homenagem ao compositor paulista. E no decorrer do ano teremos a abertura da Casa Adoniran, finalmente um museu à sua altura em São Paulo, o programa "Por Toda a Minha Vida" na Globo e o portal Adoniran na internet, idealizado por sua família ( link abaixo). Adoniran Barbosa multimídia! nada mais justo.

24 de abril de 2010

Baú do Malu 23 - Álbuns de figurinhas

Editora Abril - 2002
Editora Três (Especial da revista Istoé) - 2007
Editora Abril - 1994

Editora Abril - 1990

Editora Morumbi (Portugal) - original Panini - 1985

Editora Abril - 1979

Editora Abril - 1971

Editora Aquarela - 1969

Álbum especial da Revista Mickey - Ed.Abril -1968/69

Eu sou do tempo em que figurinha se colava com Tenaz e podia vir "premiada" e sei que de ciclos em ciclos, este hobby, que nunca sai de circulação, retoma forças no Brasil. Com a Copa do Mundo chegando, a febre das figurinhas voltou em altíssima temperatura e atingiu fedelhos, marmanjões, donas de casas, empresários, nerds e malandros. Na semana, um caminhão carregado de figurinhas ( 135 mil, pra ser mais exato) foi interceptado e depenado em Santo André - pelo que fiquei sabendo, parece que capturaram os larápios ontem. Já pensou se a moda pega?
Aqui no blog já mostrei o raro álbum de figurinhas do meu pai, com os principais atores e atrizes do cinema da década de 50 ( Baú do Seu João 3). Hoje incluo exemplares da minha coleção, não tão raros assim, mas que dá uma idéia da produção de álbuns entre o final dos 60 até o início dos 2000 (acima). Meus filhos Gabriel e Letícia, 11 e 9 anos respectivamente, já tem coleção própria, iniciada há uns 6 anos, por influência minha: Bob Esponja, Princesas Disney, Betty Boop, Heróis Marvel, entre outros, e claro, o disputado Oficial da Copa do Mundo 2010 - somando estes aos meus e os do Seu João, tem-se uma coleção de três gerações, perfazendo 60 anos de cromos ilustrados.
Numa próxima oportunidade contarei a história das figurinhas no Brasil ( incluindo estampas de Elcalol, chicletes, balas e clássicos da Vecchi).

16 de abril de 2010

Amanhã (17/04), no Reino Unido, é dia de vinil e single novo dos Stones ( e Blur, Beatles, Muse,Them Crooked Vultures, etc etc)

Amanhã, terceiro sábado de abril, comemora-se no Reino Unido pelo terceiro ano, o Dia da Loja de Discos (Record Store Day), comemoração que presta apoio às lojas independentes de varejo e vem angariando a força de artistas de renome. Os Rolling Stones, que lançarão no dia 17 de maio o ansiosamente aguardado remaster do mais cultuado álbum de sua longa carreira, Exile on Main Street, participará da efeméride fonográfica soltando um single inédito, Plundered my Soul, em compacto vinil de edição limitada e que terá versão digital em iTune disponível na internet hoje (sexta,16), segundo a gravadora Universal. O single é uma das músicas desenterradas das gravações originais do disco de 1972 e virá como um dos 10 bônus da reedição especialíssima de Exile. A descoberta da canção inédita causou espanto e comoção à longeva banda, que não se lembrava da sua existência. Inclusive, durante a pesquisa nas masters originais, outras músicas até então desconhecidas vieram à luz, como Following the River e Pass the Wine.
O Dia da Loja de Discos conta com o apoio de outras gravadoras e artistas e vários lançamentos sairão simultaneamente com cópias reduzidas ( 1000, se não me engano), entre eles, Queens of the Stone Age (o EP Feel Good Hit of the Summer), Them Crooked Vultures (picture disc exclusivo), Beatles (!!!), Blur ( que não lança nada inédito há 7 anos), Muse, Dead Weather e um curioso vinil de 12 polegadas com Black Sabbath e Metallica dividindo os lados. Coisa de louco.
Fiquem com a nova música stoneana, via Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=eB5i38QzFIw

Na RS do mês, os "inimigos" Beck e Clapton se declaram

A capa da matriz RS, em fevereiro

Um encontro memorável. Eric Clapton e Jeff Beck, dois dos melhores guitarristas do mundo, sempre se estranharam e se admiraram em mais de 40 anos de carreira, e agora no início do ano, por intermédio da Rolling Stone,se encontraram na casa do segundo, para botarem todos os pingos nos is. Além de ingleses, quase vizinhos, os dois passaram pelo mesmo conjunto no início da carreira e ali mesmo já mostraram que não eram guitarristas comuns (pra não dizer normais). O conjunto chamava-se Yardbirds, um dos pioneiros na releitura britânica do blues original americano e famoso por ter acolhido ao longo de sua formação, três pilares da guitarra mundial: Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page. Clapton entrou no final de 1963, quando a banda já tentava a sorte no circuito londrino, e permaneceu pouco mais de um ano, fase em que pôde aprimorar sua técnica única e ganhar prestígio ( ainda não como "God", mas já como "Slowhand"), deixar ótimas recriações modernas e legítimas de blues em compactos e LP e poder excursionar com um de seus heróis, o legendário Sonny Boy Williamson. Saiu por não concordar com o atalho pop que o conjunto insinuava em "For your Love" de 1965, single de sucesso que participou contrariado e foi determinante para sua saída. Foi aí que surgiu Jeff Beck, mas o que pouca gente sabe é que o primeiro convite foi para Jimmy Page, já um conhecido e requisitado músico de estúdio, que elegantemente explicou na época: "“Se eu não conhecesse o Eric e não gostasse dele, teria topado. Mas eu gostava muito dele e não queria que pensasse que fiz alguma coisa pelas suas costas". O próprio Page recomendou Jeff Beck, que sem cerimônias, aceitou no ato. Começava a fase mais psicodélica dos Yardbirds, influência do novo guitarrista, mais rock and roll e mais afeito aos dispositivos modernos do instrumento. Jeff introduziu novos efeitos como a slide, o fuzz e técnicas de equalização e feedback, além de sua performance de tocar rapidamente com uma só mão, que chamou a atenção na época até de Jimi Hendrix. Mais um ano e o baixista, Paul Samwell-Smiths resolveu saltar do trem, deixando a vaga para o friend e multi-instumentista Jimmy Page. Durante dois anos, a dobradinha Beck/Page aprontou o diabo, principalmente no final do grupo, quando Page assumiu a outra guitarra. Os dois controlavam com perfeição a distorção e os efeitos eletrônicos e levaram o instrumento a um patamar distante daquele conduzido pelo pop até então, um pontapé inicial ( também de Hendrix) que modificou para sempre o papel da guitarra no rock. Em 1968, apesar de todo o pioneirismo e criatividade em sua curta história, o Yardbirds encerrou suas atividades. Page ainda tentou uma sobrevida como News Yardbirds, mas logo virou o leme e fundou o Led Zeppelin. Beck ficou na sua, até que cruzou com um jovem escocês de voz rouca cheirando bourbon, de nome Rod Stewart e criou o cultuado e efêmero Jeff Beck Group, antes de cair nas águas profundas do jazz rock nos 70. Clapton passou por várias formações até se fixar como artista solo: John Mayall and the Bluebreakers (65), Cream (66 a 68), Blind Faith (69) e Delaney and Bonnie and Friends (70). E virou mito, como todos sabem.
Depois de 45 anos, dois heróis desta saga descrita, botam a conversa no lugar e trazem à tona histórias trancafiadas, versões revisitadas e declarações apaixonadas. Sobram reverências e invejas. Não que eles não se viram mais - tocaram várias vezes juntos a partir de 1981 - mas nunca de forma tão próxima e tão íntima. A profunda reportagem com os dois pode ser vista e revista na edição do mês da Rolling Stone Brasil. Resumo da elaborada e enorme matéria: os inimigos Clapton e Beck se amam.

14 de abril de 2010

Frusciante e mais uma lista frustrante

Mais uma lista daquelas "os melhores..." foi anunciada na semana. A Rádio BBC fez uma enquete online no Reino Unido para saber dos internautas qual era o melhor guitarrista dos últimos 30 anos. O resultado, ao que parece, deixou muita gente surpresa. Com todo respeito ao bom trabalho de John Frusciante no Red Hot Chili Peppers ( que sempre teve no baixo de Flea sua bússola), mas no período temos guitarristas brilhantes que nem sequer foram citados entre os dez primeiros, como Randy Rhoads, Steve Vai, Ingwie Malmsteen, Joe Satriani, Stevie Ray Vaughan, Robert Cray, Eddie Van Halen, pra citar só alguns. Slash, segundão, é figurinha fácil destas lists, a presença de Johnny Marr é compreensível por ser uma lista inglesa e Peter Buck foi outra surpresa ( agradável... gostei de vê-lo citado). Kirk Hammett e Tom Morello merecem as posições. Agora, Prince?? piraram na batatinha...
Lista sempre suscita discussões acaloradas. Escolher entre tantos nomes em três décadas é sacanagem pura. Aí, no final, é sempre assim: frustrante... nessa, sobrou pro Frusciante.

Veja a lista dos 10:
01. John Frusciante, Red Hot Chili Peppers
02. Slash, Guns N’ Roses, Velvet Revolver
03. Matt Bellamy, Muse
04. Johnny Marr, The Smiths
05. Tom Morello, Rage Against The Machine
06. Kirk Hammett, Metallica
07. Jonny Greenwood, Radiohead
08. Prince
09. Jack White, White Stripes
10. Peter Buck, REM
A lista completa com os quarenta candidatos você pode ver no site da BBC Music.

13 de abril de 2010

O Pequeno Livro do Rock


Pink Floyd, Freak Brothers, Jackson 5, Black Sabath, Nick Drake, Pop francês e logo dos Stones: tudo isso em uma única página.


Um momento aparentemente banal, que mudou a história do rock pra sempre: o encontro casual dos adolescentes Mick Jagger e Keith Richards em uma estação de trem londrina.

Eis um livrinho de HQ(modo de escrever: o formato é de LP 45, mas com 224 páginas) bacana, supimpa, sem pretensão de ser um "compêndio" ou obra histórica oficiosa, mas meticulosamente estudado e atento à detalhes únicos e cruciais. Cronológica sim, mas como o próprio autor diz, "uma colcha de retalhos" que procura retratar momentos "interessantes" e ângulos importantes do rock através de sua ótica de quadrinista, fã ardoroso e colecionador compulsivo de recortes, discos e revistas.
Esta visão icônica e apaixonada não deixa de pontuar datas e momentos cruciais da história, mas traz também quadrinhos ilustrativos hilários, curiosos e intrigantes de toda a saga do rock (e do pop) no século, começando pelo surgimento do jukebox em 1915, caminhando com o blues, pai de todos, percorrendo a época de ouro do gênero e culminando no punk e no pós-tudo atual. Aliás, sem ortodoxia, inclui também a nossa bossa, que de rock não tem nem o branco dos olhos. Na ala tupiniquim, também faz presença os Mutantes e o atual frisson CSS (Cansei de Ser Sexy).
O autor, o francês Hervé Bourhis, começou a anotar, rabiscar e guardar tudo o que lhe vinha a frente relacionado à cultura rock: discos, matérias e notinhas, rankings, literatura do gênero. Essa obsessão começou aos 14 anos e perdura até o momento (ele tem 35 anos), tanto que a obra lançada agora no Brasil teve uma primeira edição na França em 2007 com muito sucesso e pôde ser atualizada até 2009 nesta nova tiragem, graças ao material contínuo gerado por sua curiosidade crônica.
Hervé deve ser um cara legal: imagino-o sentando pra beber uma cerveja na hora do almoço e discorrendo sobre HQ e rock. Se o seu interlocutor for este escrevinhador aqui, garanto que a gente fecha as portas do bar, ajuda o dono a lavar o recinto e o papo continua fluindo.

9 de abril de 2010

Quem é quem: as novas compositoras brasileiras

Faz tempo que eu tento escrever sobre essa nova safra de compositoras brasileiras, mas confesso que são tantas e tão talentosas e surpreendentes, que eu acabava me embaralhando nos diversos estilos/propostas e fugia do assunto. De uns dias pra cá, resolvi escutar pra valer todas aquelas que me surpreenderam ou me instigaram - venho anotando seus nomes de 2007 (ano 1 do boom) pra cá em minha vagabunda caderneta de dicas, divagações e idéias culturais e almanaqueiras. São muitas, mas para que o post não saia caótico, resolvi inseri-las em ordem alfabética (decrescente), cada uma com seu respectivo resumo de apresentação e áudio/links. Tirei de propósito as mais óbvias e consolidadas, como Pitty, Rita Ribeiro (que despontou recentemente para o Brasil todo, mas está na música desde os anos 80), Luiza Possi e Vanessa da Mata. Com estilos, aspirações, timbres e posturas diversas, pra todos os gostos e ouvidos, as novas compositoras brasileiras estão aí, críveis, incríveis e criadoras.


Vanessa Bumagny – A cantora e atriz paulistana sempre buscou o erudito e o popular, mas a paixão pelo Nordeste bateu mais forte, principalmente o brilho do Lua, eterno Luis Gonzaga. Conheceu Chico César e logo era backing na sua banda. Foi inevitavelmente apresentada a Zeca Baleiro e logo estava dividindo palco com ele. Se o primeiro disco, de 2003, já trazia a constatação de sua bela voz de timbres certos e afinação absurda, foi no segundo, de 2007, que a sua porção compositora aflorou de vez, em parcerias com Chico César e Zeca Baleiro, que também produziu o trabalho.

http://www.youtube.com/watch?v=77BowrfTDao
http://www.youtube.com/watch?v=IpqOEKhdrcg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=5BJ3xdYF8Nk&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=fQ8NhMOdr-o&feature=related
http://www.vanessabumagny.com.br/

Tulipa Ruiz – A santista Tulipa é filha do baixista Luiz Chagas, que tocou com Itamar Assumpção e meio mundo do Lira Paulistana. Também é poetisa, ilustradora e adora pesquisar sons da natureza e cantigas de ninar. Assim como Erika Machado, Tulipa me emociona demais. Talvez porque resgate aquela melodia perdida no tempo ou porque me lembre, sem deixar de ser moderna, a época de ouro da nossa música, quando derramar-se era libertar-se e o contido era contido. Troca muitas figurinhas com as contemporâneas de composições, tendo participado de trabalhos de Tiê, DonaZica (do seu irmão Gustavo Ruiz e Iara Rennó) e dividido palco em várias ocasiões com as “comadres” e com o pai. Seu esperado primeiro disco está prestes a eclodir.
http://www.youtube.com/watch?v=UEasgxSEjww
http://www.youtube.com/watch?v=qLmbsblD-G8&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=_X3CzInIt9A&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=SAMB1_31jg0&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=L_wBQf-xq-Y&feature=related
http://tuliparuiz.blogspot.com/

Tiê – Folk até a alma, a paulistana Tiê foi estudar canto em Nova York em meados dos 2000, e foi descoberta por Toquinho, que a convidou para ingressar em sua banda e rodou mundo, adquirindo experiências que aula nenhuma consegue traduzir. Em busca de um trabalho autoral, a cantora lançou em seguida o prestigiado projeto Cabaret, com Dudu Tsuda, que rendeu um EP. Em 2008, com dez composições próprias em punho, lançou Sweet Jardim, um CD surpreendente, gravado ao vivo em estúdio. Se não bastassem as letras inspiradas e o tom autobiográfico, ainda há a participação especialíssima de mestre Toquinho. Tiê é o que há.
http://www.youtube.com/watch?v=FhYlBummLMg
http://www.youtube.com/watch?v=81ivNDLzR1Q&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=biqw7jTvSf4&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=vLO5o9asfkc&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=6z0jPG5RuE0&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=Kb7E_BffNoQ&feature=channel
http://sweetjardim.wordpress.com/

#Tamy – A capixaba Tamy não tem uma década de carreira, mas já fez muita coisa: dividiu palco com os Paralamas e com Leila Pinheiro, abriu show de João Bosco e também de Cláudio Zoli e lançou ótimos discos ( em 2004 e 2010), enquanto compunha com Donatinho, DJ Marcelinho da Lua e o consagrado Roberto Menescal. Pois é, o veterano compositor da ala marítima da Bossa, se derreteu pela cantora e não só compartilhou o palco em show intimista, como virou parceiro de composição. Tamy pode ser ouvida todo dia da semana, fazendo trilha para a personagem de Giovanna Antonelli em Viver a Vida.
http://www.youtube.com/watch?v=OBOcEnFwnhA
http://www.youtube.com/watch?v=eq4VzqhTv14&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=2sZh0X6KC8c&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=9XtkDgFgnjU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=bhK8vWUoobA&feature=related

# Nô Stopa – ginasta até os 16, ouvia música desde que nasceu. Não é para menos: sua mãe sempre tocou piano clássico e seu pai, Zé Geraldo, despontou como compositor de folk brasileiro há mais de trinta anos. Mas como profissão, a música foi chegando mais devagar: timidamente aos 20 anos, depois com duas composições em trabalho conjunto do pai e do compadre Renato Teixeira. Com dois discos lançados, Nô desenvolve trabalhos paralelos com teatro de bonecos, circo e música infantil e segue espontânea e autêntica como compositora,em total sintonia com seu pai.
http://www.youtube.com/watch?v=cVuAKMIBRh4
http://www.youtube.com/watch?v=umTexBewy-c&feature=fvw
http://www.youtube.com/watch?v=5Fqf1OvxKGk
http://www.youtube.com/watch?v=2Fxx56Yh9Qw&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=B51zjtXuE_w&feature=related
http://www.myspace.com/nostopa

#Natália Mallo – Nascida na Argentina e residente do Brasil ( mais precisamente Vila Madalena)desde 1995, a cantora, compositora, baixista, violonista, produtora e cozinheira Natalia, é vocalista do histriônico grupo Trash Pour 4, que regrava clássicos do pop com nova roupagem. Seu primeiro solo, Qualquer Lugar, foi lançado em 2008 e transpira frescor, seja no violão direto, seja no timbre suave que contempla as nove faixas, tudo sem perder a verve irônica.
http://www.youtube.com/watch?v=apG9Osz8oUk
http://www.youtube.com/watch?v=9v0eYlRbAA0&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ncyboHfha9U&feature=related
http://www.myspace.com/nataliamallo

# Mariana Aydar –Chegando nos 30, filha de músico, estudante da Berklee em Boston ( já lemos isso), Mariana Aydar, filha do ex-Premê Mario Manga e da produtora Bia Aydar, começou a carreira a partir de 2000, quando estudou cello,violão e canto, conheceu Seu Jorge na França em 2004, onde foi convidada a abrir seus shows pela Europa e investiu pra valer no seu primeiro disco, Kavita 1, em 2005. Mas a maior exposição aconteceu em 2007 e 2008, quando ganhou prêmios e encaixou músicas em trilhas globais. O segundo disco, Peixes, Pássaros e Pessoas, do ano passado, não deixa dúvidas: Mariana Aydar veio para ficar.
http://www.youtube.com/watch?v=x04QvWnfGes
http://www.youtube.com/watch?v=XI0UxY7Zh1w&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=9OrqQuiW7gg
http://www.youtube.com/watch?v=eI417D0Zg_A&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hLOKvIHTOPg&feature=related
http://www.myspace.com/marianaaydar

#Maria Gadu - Maria Gadú foi um dos maiores nomes de 2009 e deve bisar em 2010. Com apenas 22 anos de idade, a paulistana radicada no Rio de Janeiro canta, toca violão e compõe com propriedade de veterana. Depois de chamar a atenção de grandes nomes entre 2008 e 2009, teve a sua versão de Ne Me Quitte Pas incluída na minissérie Maísa na Globo, pelas mãos do próprio Jayme Monjardim, que também providenciou-lhe uma ponta como atriz. Logo veio o primeiro CD e Shimbalaiê, primeira canção sua, composta aos 10 anos, entrou na trilha de Viver a Vida. O violão solto e a voz potente lembram muito Cássia Eller. Maria Gadu é certamente a bola da vez.
http://www.youtube.com/watch?v=Ph-pLZEVWGs
http://www.youtube.com/watch?v=_m8ioncgLns&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=PKnX6RwA0LM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=0xeLSZ0xEEY&feature=related
http://www.mariagadu.com.br/

# Luiza Maita – Luisa Maita, também paulistana, filha do cantor Amado Maita (1948-2005), e da produtora Myriam Taubkin ,iniciou sua carreira como vocalista e compositora no grupo Urbanda, que chegou a lançar um CD em 2003. Três anos depois, a cantora Virginia Rosa gravou duas composições de sua autoria, seguida por Mariana Aydar, qua gravou outra.Seu disco solo, ensaiando para nascer desde 2007, finalmente veio à tona em 2010. Intitulado Lero-Lero, traz um samba jazz massudo e entrosado. Seu pai, muito famoso no exterior e amigo de bambas do samba fusion, onde estiver, deve ter ficado orgulhoso.
http://www.youtube.com/watch?v=TVxfFi94KFc
http://www.youtube.com/watch?v=I5E9doyHXWs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=nvXN3QtM8h8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ksOswZLwUJE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=A4CF9TqAXBE&feature=related
http://www.myspace.com/luisamaita

# Karina Buhr- É um dos nomes mais comentados no ano. Atriz, desenhista, compositora, percussionista, Karina é um vulcão criativo. No final dos anos 90, depois de ter passado por vários grupos de Recife, fundou o Comadre Fulozinha, que fez história ao resgatar as cantigas de roda com a vivacidade do rock. Até que Zé Celso convidou Karina para se juntar à trupe do Oficina há cinco anos atrás, o que repercutiu até a medula em seu trabalho solo, “Eu menti pra Você”, lançado no mês passado. Sua performance transgressora nos shows confirma: Karina Buhr solo é uma nova cantora, e está deixando até macaco velho de queixo caído.
http://www.youtube.com/watch?v=4NoXdQHHvL0
http://www.youtube.com/watch?v=wg1do0eACYU&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=QLD4fsRYgDI&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=guDE7x-JLy8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=IsKP48Rhssg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=KQFDMrnSPis&feature=related
http://www.karinabuhr.com.br/

#Juliana Kehl – Artista plástica formada, a paulistana Juliana sempre amou a música, mas foi só quando musicou poemas da sua irmã, a psicanalista Maria Rita Kehl, que deu-se o start definitivo para a mudança de prumo. O primeiro disco ( adivinhe? independente!) veio neste ano, com dez músicas de sua autoria entre 12. Alguns momentos vocais, embora mais contidos, lembram Elis, outros Leila Pinheiro. As letras/poemas são embaladas em uma sonoridade envolvente, mistura de samba e eletrônica, que a cantora-compositora chama de “música contemporânea brasileira”. Juliana Kehl surge com força.
http://www.youtube.com/watch?v=XH9tdNTvdJY
http://www.youtube.com/watch?v=sqYe_xvBdmU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=PYQtiWCg654&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=N5DYKNw-_8Y&feature=related
http://www.myspace.com/julianakehl

# Iara Rennó – Filha de Alzira Espíndola e do letrista Carlos Rennó, a paulistana Iara Rennó é cantora, compositora, instrumentista, arranjadora e produtora. Junto com Andréia Dias e Anelis Assumpção, formou o DonaZica em 2001, banda com dois discos lançados e muito bem avaliada pela crítica e público. Iara, além de ter músicas gravadas por Ney Matogrosso e Elza Soares, protagonizou em 2008 um dos mais interessantes projetos de resgate da nossa cultura, o CD "Macunaó.peraí.matupi ou Macunaíma Ópera Tupi", idealizado na faculdade de letras da USP. O disco contou com a participação de 60 músicos, entre eles, Moreno Veloso, Tom Zé, Siba e Arrigo Barnabé, para musicar a obra-prima de Mario de Andrade. Corajosa,a Iara.

#Giana Viscardi – poetisa, arquiteta formada na USP, cursou em 1999 a famosa Berklee College of Music, em Boston, onde formou banda de jazz e participou do não menos famoso Montreux Jazz Festival, na Suíça, em 2001. Querem mais? Lançou discos em 2001 e 2006 no exterior, correu mundo com seu parceiro musical, o violonista Michael Ruzitschka e nos últimos tempos, reinstalada no Brasil, vem se apresentando em casas de jazz e estrelando musicais em teatros. Giana é mais uma que chegou na casa dos trinta e merece ser mais conhecida em seu país.
http://www.youtube.com/watch?v=4byUbtI3dsw
http://www.youtube.com/watch?v=bg05CzgCzfQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=-LNPZz4rRCY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Ss8cx6mGcJ8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=X4isYKxC_E0&feature=related
http://www.gianaviscardi.com.br/

#Érika Machado – Outra do clube dos 30 (32), Erika é tudo de bom: a voz doce, com uma certa ternura de criança embutida. A música, tocante, brasileira, mineira, lembrando Milton, Lô, Beto Guedes, e também Pato Fu, Skank. O seu timbre me faz lembrar muito a comovente irmã dos Borges, Solange, que não seguiu carreira, mas deixou marcas em discos do irmão Lô e no coletivo Os Borges, com sua voz terna. O último disco de Érika, independente (novidade!), tem a mão do produtor John Ulhoa e participação de Fernanda Takai ( o casal do Pato Fu). Ah, o Bituca adora ela...
http://www.youtube.com/watch?v=97-aOda4OS4
http://www.erikamachado.com.br/
http://www.youtube.com/watch?v=ZzxAkMXpu5o
http://www.youtube.com/watch?v=36YHqa_AnV0&feature=related

#Cláudia Dorei – Carioca radicada em São Paulo, Claúdia também não é nenhuma adolescente – tem 31 anos – mas embora esteja nos palcos da vida desde 1997, só agora lançou o primeiro disco, Respire ( independente, porque não?), segundo ela, totalmente “trip hop tropical”. Entenderam? Pois então, escutem:

#Céu - Maria do Céu Whitaker Poças é paulistana, filha do maestro Edgar Poças, e embora tenha cara de 18 anos, completa agora no dia 17, 30 anos. Ralou muito até gravar o primeiro disco em 2005, que vendeu 30 mil cópias nos EUA ao ser lançado por lá dois anos depois. O segundo trabalho, lançado no ano passado, vendeu mais ainda e recebeu aclamação da crítica mundial. A sua mistura de música brasileira – com o samba na batuta – e ritmos negros mundiais – hip hop, rithm’blues, jazz –costuma acordar sonâmbulos. Céu vai longe....

#Cibelle Cavalli – Cibelle não é novata: tem 30 anos, mora desde 2002 na Inglaterra e toda a sua carreira foi construída lá fora. Um pouco antes de se mudar para a Europa, fez uma elogiada participação no São Paulo Confessions, cultuado disco do produtor Suba, falecido logo depois em um incêndio. O Brasil não a conhece bem, embora ela passe por aqui quando convidada e já tenha participado do Tim Festival em 2007. A compositora já percorreu quase todo o globo com suas neobossas desembaraçadas e tocou com...pasmem... Afrika Bambaataa, Devendra Banhart, João Parahyba, Apollo Nove, Junio Barreto, Johnny Alf, Pupillo, Xis, Otto, Seu Jorge e Bocato. Cibelle é do mundo.
http://www.youtube.com/watch?v=-MzjYw4BqgQ
http://www.youtube.com/watch?v=PbwRMv6TjUE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=6-8tTNzbtmA&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=2ItrCu0uo-g&feature=related

# Anna Ratto – Ex-Anna Luísa, a compositora carioca segue repleta de influências, como seu primeiro disco, de 2005, recebido com entusiasmo por público e crítica. Seu trabalho alterna canções próprias e outras pérolas de compositores da nova safra como Rodrigo Maranhão e Edu Krieger, em uma interessante mistura de ritmos, com ênfase no maracatu e temperos nordestinos. Já cantou com Edu Lobo, o que não é pouca coisa...

#Ana Cãnas- Tudo foi muito rápido: aos 22 anos, a paulistana Ana descobriu e se apaixonou pelo jazz, e logo estava cantando na noite; aos 25 anos, aprendeu violão e rascunhou suas primeiras músicas; aos 26, lançou o primeiro disco, independente e diretamente ligado às tramas da MPB. Hoje, aos 28 anos, mantém uma fase mais madura nas composições e mais roqueira na embalagem, iniciada no ano passado com o disco Ein?, incluindo parcerias com Arnaldo Antunes. Ana Cãnas continua irrequieta e irreverente, Bons sinais.

#Aline Calixto – Carioca de nascimento, mas criada em Minas, Aline vem se destacando com elogiado disco de estréia pela Warner e em diversas rodas de samba carioca, com o aval de mestres como Monarco, Martinho e Walter Alfaiate. Dizem que essa ponte entre o Rio e Minas é a liga de seu samba diferente, que nos remete imediatamente à saudosa Clara Nunes, mineira e sambista da gema.
Ufa! 2o compositoras! E ainda ficaram de fora nomes importantes. Ceumar, Bruna Caram e Roberta Sá ainda são essencialmente intérpretes, embora já haja prenúncios de composições. Pretendo inclui-las em post futuro, assim como a potiguar Valéria Oliveira, com mais de 13 anos de carreira e uma carreira excepcional no exterior. Anelis Assumpção também terá sua vez, assim como Marina Machado, que já foi backing do Skank, do Tianastacia e cantou com o Milton, que também a adora. E tem tantas mais... Mayra Andrade, Andrea Dias, Lulina, Nina Becker... é, vou ter que fazer um "quem é quem 2". Aguardem. Já a Mallu Magalhães, ainda é pra mim uma grande incógnita: a sua música é autêntica, autoral, mas não me conquistou. Quem sabe um pouco pra frente eu a veja mais amadurecida, mas por enquanto deixo-a em off – nada pessoal, acho eu.