13 de abril de 2010

O Pequeno Livro do Rock


Pink Floyd, Freak Brothers, Jackson 5, Black Sabath, Nick Drake, Pop francês e logo dos Stones: tudo isso em uma única página.


Um momento aparentemente banal, que mudou a história do rock pra sempre: o encontro casual dos adolescentes Mick Jagger e Keith Richards em uma estação de trem londrina.

Eis um livrinho de HQ(modo de escrever: o formato é de LP 45, mas com 224 páginas) bacana, supimpa, sem pretensão de ser um "compêndio" ou obra histórica oficiosa, mas meticulosamente estudado e atento à detalhes únicos e cruciais. Cronológica sim, mas como o próprio autor diz, "uma colcha de retalhos" que procura retratar momentos "interessantes" e ângulos importantes do rock através de sua ótica de quadrinista, fã ardoroso e colecionador compulsivo de recortes, discos e revistas.
Esta visão icônica e apaixonada não deixa de pontuar datas e momentos cruciais da história, mas traz também quadrinhos ilustrativos hilários, curiosos e intrigantes de toda a saga do rock (e do pop) no século, começando pelo surgimento do jukebox em 1915, caminhando com o blues, pai de todos, percorrendo a época de ouro do gênero e culminando no punk e no pós-tudo atual. Aliás, sem ortodoxia, inclui também a nossa bossa, que de rock não tem nem o branco dos olhos. Na ala tupiniquim, também faz presença os Mutantes e o atual frisson CSS (Cansei de Ser Sexy).
O autor, o francês Hervé Bourhis, começou a anotar, rabiscar e guardar tudo o que lhe vinha a frente relacionado à cultura rock: discos, matérias e notinhas, rankings, literatura do gênero. Essa obsessão começou aos 14 anos e perdura até o momento (ele tem 35 anos), tanto que a obra lançada agora no Brasil teve uma primeira edição na França em 2007 com muito sucesso e pôde ser atualizada até 2009 nesta nova tiragem, graças ao material contínuo gerado por sua curiosidade crônica.
Hervé deve ser um cara legal: imagino-o sentando pra beber uma cerveja na hora do almoço e discorrendo sobre HQ e rock. Se o seu interlocutor for este escrevinhador aqui, garanto que a gente fecha as portas do bar, ajuda o dono a lavar o recinto e o papo continua fluindo.

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