28 de outubro de 2010

O carioquíssimo "Por Toda Minha Vida" com ele? Pô, que raro, meu!

Olha ele por aqui de novo. E é por aí - que venham mais dez, cem posts. Sinal que estão falando do homem em seu centenário como se deve. Agora esta me pegou pelo cangote: o carioquíssimo "Por Toda Minha Vida", da carioquíssima Rede Globo, que já exibiu ícones da cidade maravilhosa como Tom Jobim, Cazuza e Tim Maia, nos brinda hoje ( depois de "A Grande Família") com a história de um dos maiores compositores paulistas: Adoniran Barbosa. Coisa rara na tela da vênus platinada. Vou assistir de camarote, na beira do sofá, com uma cervejinha gelada e uns petiscos, vestindo meu belo paletó xadrez, aquele mesmo que eu vestia pelas noites do velho Bixiga. Adoniran vive.

22 de outubro de 2010

John, jovem, em breve nas telonas


Estreou nos EUA o filme sobre a juventude de John Lennon, "Nowhere Boy" ( referência a uma das melhores da safra do compositor, "Nowhere Man"). Em dezembro chega por aqui. Pelos traillers que já pipocaram de um ano pra cá dá pra ver que a película pega fundo nas conturbadas relações familiares dos Lennon e no cotidiano  da cidade de Liverpool, uma década depois do fim da 2ª Guerra. E claro, captura o início da paixão de John pelo rock and roll e por osmose, sua amizade com Paul e a formação dos Quarrymen ( a banda anterior aos Beatles). Baseado no livro da meia-irmã de John, Julia Baird, "Imagine This: Growing Up With My Brother John Lennon", o longa tem grandes chances de agradar tanto aqueles que buscam a fagulha que deu origem ao incêndio irreversível chamado Beatles, como os que se rendem a uma boa história de conflitos e amores ( mesmo que nem sempre resolvidos) envolvida em emocionante trilha. Atentem para o jovem ator Aaron Johnson - ele tem o timbre de voz de John!
1º trailler: http://www.youtube.com/watch?v=Y6Km9L1Sqd0
Trailler oficial (legendado): http://www.youtube.com/watch?v=jWG0t1BQf8Y
E pra quem gosta de pôsters, aqui vão todos os antecessores do oficial (acima) e a sua versão nacional:

19 de outubro de 2010

O AcervoSorve 3 - Edições Fac-similares do Jornal "ex-" ( Coleção Completa) - Instituto Vladimir Herzog (2010)

Essa eu babei, abobalhei, embasbaquei, bambeei, quedei em êxtase. Compadre Paul Seven Lagoon me aparece com suas habituais sacolas culturais/literárias sortidas e entre tantas edições supimpas, eis que ele me joga na mão uma encadernação tamanho jornal, em capa bege e preta, que só pelo visual externo já me impressionou. Mas eu não esperava que ao abrir a "embalagem", toparia com a coleção completa de um dos mais importantes jornais da chamada "imprensa nanica" brasileira, o "ex-". Surgido no final de 1973, o jornal tablóide nasceu de uma morte. Explico: a revista underground Grilo, famosa por trazer ícones dos quadrinhos marginais/alternativos e sensuais como Robert Crumb, Volinski e Guido Crepax, há tempos estava na mira da linha dura, e ao chegar com muito custo na edição 48, mandou em seu rodapé (da pág 4 a 14) um aviso sem volta: "Stop-Press: a censura negou o registro do Grilo, por considerar o conteúdo desta revista atentatório à moral e aos bons costumes. O Grilo então recorreu à própria censura, retirando desta edição as histórias que o censor julgou inapropriadas para nossos leitores. Caso a resposta seja negativa, o Grilo passará a ser impresso em formato tablóide, ou seja, deixará de ser revista para ser jornal ( os jornais estão dispensados de registro de censura) e já a partir do próximo número -o 49 - circulará com o novo nome: "ex-". Adivinhem no que deu? o "ex-" nasceu, sem tempo para charutos e champanhes, sob a sombra tenebrosa do governo Médici. Para driblar e confundir os censores, tascou na sua primeira capa Hitler, nú, se bronzeando numa praia. E foi com essas armas, o humor, a metáfora, o escárnio,o olhar contundente por trás da imagem satírica, que as edições seguintes brindaram os leitores com capas antológicas e matérias emocionantes. Quadrinhos, suplementos literários, foto-reportagens, entrevistas. E como bem disse no encarte especial da coleção, o jornalista Dácio Nitrini, que participou de todas as edições do periódico: "O ex- é como se fosse neto da revista O Bondinho e filho do gibi underground Grilo. Sendo assim, é bisneto da mitológica Realidade, origem de um grupo formado por jornalistas brilhantes que provocaram saltos de qualidade editorial em vários veículos, inclusive rádio e tevê. Sérgio de Souza, Narciso Kalili, Hamilton Almeida Filho, Mylton Severiano da Silva, Amâncio Chiodi, Paulo Patarra, entre outros".
O "ex-" durou 16 números e o último, com a capa estampando uma das reportagens mais corajosas do nosso jornalismo, encerrou qualquer possibilidade de sobrevivência ao bravo tablóide. Foi o único que noticiou com todas as letras a morte de Vladimir Herzog ("Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós" -outubro de 1975), mostrando para quem quisesse ver, a cena de uma farsa engendrada nos porões assassinos da ditadura. O jornal, que tinha nascido de uma morte editorial, morria desta vez por escancarar uma morte brutal. Mas não pensem que o núcleo citado por Nitrini entregou-se de bandeja. A edição seguinte -17 - permaneceu inédita. O "ex-" virou "Mais Um", com marcas latentes do ex- em suas páginas, mas que só durou um número - devidamente incluído nesta coleção ( além de uma edição extra - "Ex-tra"-  com Paulo Evaristo Arns e outra com o melhor do jornal, também inédita até agora). E outros nomes vieram depois, sempre no drible e na raça. A ditadura um dia acabou, mas esses jornalistas, que criavam jornais, levavam porrada e continuavam mesmo assim abrindo jornais, prosseguiram brilhantemente - o último "filhote" dessa turma é "Caros Amigos", que já virou década e mantém leitores fiéis. O Instituto Vladimir Herzog (logicamente) lançou essa preciosa coleção ao completar um ano em junho, em parceria com a Imprensa Oficial do Estado de SP. Quem sabe não é a deixa para relançarem Grilo, Sol, O Bondinho, etc.
Seguem algumas capas- e que capas!- do 'ex-'. O 'ex-' brincava, mas não estava para brincadeiras...



18 de outubro de 2010

Capa do Mês: Phill Collins - Going Down ( Outubro/2010)

Essa capa acima é nostálgica não só pelo repertório do recém lançado álbum de Phill Collins com canções da gravadora Motown escolhidas a dedo (Going Down). As circunstâncias são mais avassaladoras que a bela foto do jovem Phill, retratado junto à sua bateria aos 12 anos, pode revelar. O atual Phill Collins já vinha de um grave distúrbio auditivo, aparentemente estabilizado, e para completar, um problema no nervo da mão esquerda fez com que o cantor/baterista tivesse que prender as baquetas com fita adesiva durante as gravações, pois sem esse recurso ele sequer conseguia segurá-las. Essa e outras revelações bambásticas, como o seu grande desejo de tocar no The Who e os motivos que levaram o Genesis ao fim estão na Billboard Brasil de outubro (nas bancas). E esta capa acima, que depois das revelações se torna mais tocante e emoldurada no tempo, é a minha 'capa do mês' de outubro, sem sombras.
# Trechos disponíveis da entrevista da Billboard:
http://billboard.br.com/noticias/na-batida

16 de outubro de 2010

The Simpsons e o Rock

O já veterano desenho animado The Simpsons ( existe desde 1989) faz sucesso por n motivos, entre eles, o de ser o desenho com mais referências ligadas ao mundo real, seja em política, artes, ecologia, globalização ou fama instantânea. Todos os políticos de destaque no planeta já fizeram ponta em seus episódios, e claro, a maioria com a pior das intenções. Ídolos do esporte, baluartes da literatura e da religião, astros da TV e do cinema, milionários - ninguém escapa do humor crítico e ácido da série. Entre essas pontas e aparições, certamente os maiores destaques nesses mais de vinte anos foram as estrelas da música, principalmente americana e inglesa. Muitos deles não deram só o ar da graça. Em muitos episódios, rolaram performances ao vivo ou rápidos apartes musicais. Selecionei no yutube algumas dessas participações (pena que poucas estão disponíveis):
#Slide various:
http://www.youtube.com/watch?v=l6VPc5FQxb0&feature=related
# Ramones:
http://www.youtube.com/watch?v=84aRTri8AAk&feature=related
# Beatles ( clipe c/ Here Comes the Sun)
http://www.youtube.com/watch?v=uzqm5LliCKw 
# Versão simpsoniana para "In-A-Gadda-Da-Vida" de Iron Buterfly
http://www.youtube.com/watch?v=0PyBWLALFLQ 
#Green Day
http://www.youtube.com/watch?v=X6pTiTXba-w&feature=related

15 de outubro de 2010

O AcervoSorve 2 - Mick Jagger e os Rolling Stones - Willi Winkler ( Larousse - 2010)

Eu já li de tudo sobre os Rolling Stones. Magazines especiais, livros biográficos, revistas-pôsters, encartes e livretos de discos. E olha só: esse livro aí em cima me surpreendeu, tanto para o bem quanto para o mal. O alemão Willi Winkler, um cara que tinha 5 anos quando os RS surgiram, pincela de exageros sua escrita surrealista, mas talvez seja o livro que mais se aprofunda no cotidiano do grupo. Intercalando capítulos com títulos nominais ( Mick Jagger, Marianne Faithfulll, Brian Jones...) e títulos musicais ( Paint it,Black, Play with Fire, Street Fighting Man...),Willi chafurda Londres, encara turnês intermináveis e penetra nas suítes privadas e nos bastidores, jogando ao vento mentiras sinceras e verdades questionáveis. Além de todos os integrantes oficiais, traz à luz seres circundantes e que ajudaram a forjar o espectro da banda, como Andrew Loog Oldham, Marianne Faithfull e Anita Pallemberg. Houve sim por parte do autor uma extensa pesquisa. Pelo que sei dos Stones, ele mistura 50% de veracidade com 50% de mito, mas ora, ora, quem sabe dos Rolling Stones senão eles mesmos? o que vale é que o autor é corajoso, escrevendo fervorosamente sobre sexo, drogas e rock and roll, e certamente dando mais ênfase aos dois primeiros itens. O intuito é chocar e ao mesmo tentar desmistificar um balaio de quase 50 anos. Um universo de quase meio século que engloba mortes, egos, prazeres, traições e mitos. O título brasileiro, Mick Jagger e os Rolling Stones, não faz jus ao conteúdo ( Jagger é um dos que estão na linha de tiro mas não é o único destaque). Ficaria bem melhor: As Vidas e as Mortes dos Rolling Stones, ou ainda, Nas Vísceras dos Rolling Stones. Um livro instigante e provocador. E por consequência, questionável e safo. Nada mais Stones.

8 de outubro de 2010

Google homenageia John Lennon em seus 70 anos

Essa é a cara do logo do Google hoje, 08 de outubro de 2010, para homenagear os 70 anos de John Lennon. Pela primeira vez o site transformou o seu logo de entrada em um vídeo, utilizando no caso uma animação baseada nos desenhos do próprio compositor. O doodle ( como é chamado o logo do Google) animado vem com desenho estilizado do rosto de John e no lugar do "e" aparece um play que abre o mini-vídeo de 32 segundos. O Google sempre teve muita criatividade para compor seu logo, principalmente em efemérides ou homenagens. Desta vez, se superou.

Atualização - para quem não viu o doodle animado comemorativo dos 70 anos de John Lennon:


6 de outubro de 2010

22ºHQ MIX

Daqui há pouco, a partir das 20 horas, começa mais uma tradicional HQ Mix, que premia os melhores do ano anterior em várias categorias da história em quadrinho nacional e internacional.
O prêmio foi criado há mais de 20 anos por iniciativa do programa TV Mix da TV Gazeta, que contava com Sérginho Groismann e Jal em seus quadros. O apresentador, atualmente na Globo, é mestre de cerimônias do evento desde o início e o quadrinista Jal, um dos organizadores. Além das premiações habituais, o HQ Mix contará também com duas grande novidades para a área: o anúncio de fundação da Feco Brasil (versão nacional da Federação Internacional de Cartunistas, com base na Europa), organização que pretende defender os interesses dos cartunistas e será representada por Sonia Luyten, doutora na área e autora de livro sobre quadrinhos. E também entre as novidades, o acordo entre o HQMix e o Festival de Quadrinhos de Amadora, de Portugal, com o intuito de, nas próximas edições da premiação, intercambiar o desenhista brasileiro mais votado para lá, enquanto Amadora, enviará, por sua vez, um autor português para o Brasil.
O charme da edição deste ano fica por conta do troféu, que a cada ano traz um personagem diferente. Desta vez, Maurício de Sousa, que completou 50 anos de profissão, empresta um de seus personagens mais "adultos" para a estatueta: O Astronauta ( abaixo), que por muitos anos, entre os anos 60 e 70, foi desenhado pelo próprio Maurício e não por uma equipe.
 O evento, gratuito, será realizado, como nos outros anos, no teatro do Sesc Pompéia ( Rua Clélia,93 - tel. 3871-7700). A organização apenas pede para que se retire o ingresso 1 hora antes no local.
Também dá pra acompanhar a cerimônia à distância: o Blog dos Quadrinhos, do incansável Paulo Ramos, cobrirá o evento ao vivo.
http://www.hqmix.com.br/
http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/

Ed Wilson, pioneiro do nosso rock


Faleceu na madrugada de domingo (3), o compositor, cantor e instrumentista Ed Wilson ( Edson Vieira de Barros), irmão de outros dois pioneiros do rock brasileiro, Paulo César e Renato Barros. Os três irmãos formaram a primeira dentição de uma das mais importantes bandas de rock nacional, Renato e Seus Blues Caps no finalzinho dos anos 50. Edson ficou como crooner do grupo por pouco tempo, até 1961, quando se lançou em carreira solo, deixando o nome verdadeiro de lado para virar Ed Wilson, sob os auspícios de Carlos Imperial. Atravessou a Jovem Guarda com certo sucesso, principalmente na voz de outros ídolos do movimento, e continuou compondo para os irmãos. Foi um dos que não foram esquecidos na vasta letra de "Arrombou a Festa" (Roberto Carlos - Erasmo Carlos): "...lá fora um corre-corre dos brotos do lugar/ era o Ed Wilson que acabava de chegar...". Por ironia do destino e por sobrevivência, Ed foi sentir mesmo o gosto do sucesso bem longe do rock, já nos anos 80, uma década ingrata para a maioria dos artistas jovemguardistas, quando teve sua composição Chuva de Prata ( em parceria com Ronaldo Bastos) cantada e espalhada por Gal Costa nas rádios de todo o país. Outras canções de sua lavra "popular-romântica" no período também tiveram boa acolhida: Pede a Ela ( com Tim Maia) e Aguenta Coração ( c/ José Augusto). Com os revivais cada vez mais fortalecidos a partir dos anos 90, Ed Wilson voltou às origens e pôde reviver suas antigas canções ao lado dos irmãos. Cantando baladas açucaradas, rocks singelos e clássicos de Elvis, o pioneiro rocker vinha ultimamente trazendo no semblante o mesmo brilho no olhar do menino do bairro de Piedade (RJ), que nos longínquos anos 50, ao lado dos irmãos (Os Bacaninhas do Rock da Piedade), resolveu virar do avesso a tradicional música brasileira.