30 de abril de 2015

Foto do Mês: logotipo de metal do Hospital São Caetano


Detalhe do logotipo do Hospital São Caetano em uma porta de ferro  e vidro de uma ala interna da casa de saúde. Pelas características parece ser uma porta feita ainda na época da fundação do hospital, no início dos anos 50.

Pacote Lítero-cultural - maio/2015

Um mês cheio de surpresas para o acervo, graças mais uma vez às sacolas cheias de tesouros editoriais e musicais que aportaram cá via Paul Seven Lagoon ( cumpadi, há vida inteligente fora da Casa Grande! E tu és muito maior.). Vamos aos itens:

Caymmi 100 Anos - Livreto especial da Exposição (Correios - 2014)

Esse livreto traz o conteúdo na íntegra - leia fotos, texto biográfico, capas de discos, rascunhos originais - da exposição Caymmi 100 Anos montada no Centro Cultural Correios São Paulo entre 02 de agosto e 30 de setembro do ano passado, com curadoria de Stella Caymmi. Quem pôde ver - a entrada foi franca - viu uma das melhores homenagens ligadas ao centenário desse compositor baiano genial e originalíssimo.


Linchamentos - A Justiça Popular no Brasil - José de Souza Martins - Editora Contexto (2015)


Um livro inquietante, tenso, mas oportuno. O sociólogo José de Souza Martins mostra através de pesquisa apurada o por que do Brasil estar até hoje entre os países que mais lincham no mundo.


Três Canções de Tom Jobim - Lorenzo Mammi, Arthur Nestrovski e Luiz Tatit - Cosac Naify (2004)


Nos já distantes 10 anos da morte do maestro soberano ( ah, que falta o Tom faz!), a Cosac Naif preparou esse livro-ensaio com três grandes especialistas musicais, que destrincham e estudam três canções obrigatórias do cancioneiro do compositor carioca: "Sabiá", "Águas de Março" e "Gabriela".
De quebra, um CD magnífico com Ná Ozetti e André Mehmari acompanha a obra.


Adoniran - Dá Licença de Contar - Ayrton Mugnaini Jr. - Coleção Todos os Cantos (Editora 34 - 2002)


Depois de 13 anos, finalmente completei essa esplêndida coleção "Todos os Cantos" da Editora 34. Esse do Adoniran, escrito com apuro e entusiasmo habitual pelo mestre Mug, é de 2002, e traz detalhes da vida do compositor paulista nunca antes pesquisados.


Livro de Letras - Vinicius de Moraes - Companhia das Letras ( 2005 - 2ª edição)


Vinicius foi um dos pilares da tríade principal da Bossa Nova, junto a João Gilberto e Tom Jobim. Foi um dos primeiros poetas a se aventurar no mundo da música e blasfêmia! a virar letrista de música popular. Seus pares da academia literária acharam o cúmulo, mas o poetinha deu de ombros e se tornou um dos pioneiros que abriram picada para o livre caminho de nomes como Cacaso, Geraldo Carneiro e Torquato Neto. Esse volume inclui todas as suas letras, desde as primeiras experiências, ainda nos anos 40.


Aretha Franklin - Sings the Great Diva Classics ( 2014 - RCA)


Aretha é um espanto! depois de mais de 50 anos de carreira, ainda canta divinamente bem e ousa lançar um disco bom. Esse "Sings the Great Diva Classics", como o nome diz, inclui dez covers escolhidas a dedo pela intérprete e o resultado é primoroso.


FFW MAG nº38 (2014)


Confesso que passo longe por magazines de moda, mas a proposta da FFW de misturar moda e arte em suas pautas me chamou a atenção. A revista é volumosa, mas sem aquele engarrafamento comum de anúncios e traz assuntos pertinentes. O design como era de se esperar pelo foco, é excelente  e processo de impressão carbon free.


Uns Desenhos - Orlando Pedroso (Calligraphia - 2007)


Surpreendente livreto de 20 páginas, em formato revista, com 22 desenhos da lavra do grande Orlando Pedroso, artista mais conhecido pelas suas charges e ilustrações na grande imprensa. Os portraits aqui publicados são todos da exposição "Uns Desenhos", com curadoria de Claudio Rocha e o próprio Orlando e realização da Calligraphia, realizada em março de 2007 em São Paulo.


Sorria nº 43 ( abril/maio de 2015) - revista mensal da rede Droga Raia (Editora Mol)


Eu sempre que tenho oportunidade, compro. Além dessa revista ter todo o seu lucro direcionado ao GRAAC, instituição tradicional de combate ao câncer infantil, seu conteúdo é muito bem pautado e traz assuntos bem interessantes, na sua maioria voltados para o bem estar, a felicidade e o equilíbrio. R$3,99 em qualquer unidade da Droga Raia.


Private Brokers nº40 - março/maio de 2015 ( Coelho da Fonseca/Editora Trip)


Essa é mais uma publicação sobre a chancela do editor Paulo Lima e sua Trip. Seguindo o despojamento e a preocupação com o conteúdo inerentes a todos seus projetos ladeados pela revista Trip, a revista trimestral Private Brokers, encomendada pela Coelho da Fonseca traz matérias profundas sobre cidades e seus moradores, destacando preferências, tradições, construções históricas, preservações, espaços e cantinhos especiais. Como na ótima matéria de capa, que esmiuça a história da propriedade da família Mesquita, herdeira do Estadão, há 103 anos encravada na cidade de Louveira (SP).


Jornal UNESP nº306 - dezembro de 2014


 O jornal da UNESP é produzido pela própria reitoria e traz como de praxe a esse tipo de publicação várias páginas voltadas para assuntos ligados à Universidade. Mas com um senso de pesquisa visível, sempre sai do comum, como na matéria de capa desta edição em destaque, mostrando como a circulação de periódicos entre Brasil e Europa ao longo do século XIX propiciou o início do processo de globalização em campos como o jornalismo e a literatura.


Suplemento de Quadrinhos da Rev. Nacional nº2 (sem data - idealização de JR Duran e impresso pela Editora Burti)




Fantástico suplemento do qual tenho poucas informações. Nesse número em questão ( que parece ser o primeiro, embora tenha saido no nº 2 da Rev. Nacional), com 24 páginas, a arte é de encher os olhos, unindo quatro grandes nomes do quadrinho brasileiro atual: os irmãos Gabriel Bá e Fabio Moon, Rafael Coutinho e Rafael Grampá ( destacado na imagem acima). Luxuosa edição impressa em papel Novatech, com gramatura de 250 na capa e 170 no miolo. Quando tiver mais informações sobre esse projeto, posto aqui.

29 de abril de 2015

Abu recita Marina Colasanti


Antonio Abujamra, também conhecido como Abu, sempre recitou poemas e trechos de livros em seu programa Provocações. Esse, de Marina Colasanti, "Eu sei, mas não devia", além de ser sólido, forte e belo, cai como uma luva ao temperamento e filosofia de vida de Abujamra. Ele queria ver pessoas "desacostumadas" com o comum.

https://www.youtube.com/watch?v=dJg_0R9BPnA



28 de abril de 2015

Antonio Abujamra ( 1932-2015)

Divulgação TV Cultura
Antonio Abujamra não foi só um ícone do nosso teatro, mas como bem percebeu seu colega de longos anos, Juca de Oliveira, um legítimo pensador em todas as atividades que resolveu mergulhar. Ator, diretor, apresentador - Abujamra gostava de instigar, motivar, chacoalhar quem estava a sua volta. Formou-se em jornalismo e filosofia, uma pista talvez para essa sua perene sede de conhecimento e questionamento. Onde pisou, deixou marcas: como diretor de teatro, trabalhou em mais de 150 montagens; como ator, deixou para a posteridade a imagem inquisidora e maquiavélica do místico/bruxo Ravengar na novela Que Rei Sou Eu? (1989) e como diretor na TV participou de trabalhos importantes como a novela da Bandeirantes "Os Imigrantes" e diversos programas na TV Tupi, sendo o primeiro, "O Estranho Mundo de Zé do Caixão" de 1968. Desde 2000 comandava o programa de entrevistas "Provocações", na TV Cultura, na verdade um tete-a-tete incisivo, olho no olho, dedo em riste, transgressor, puxando depoimentos das entranhas. Ou seja, a sua cara. O mundo vai pensar um pouco menos sem Antonio Abujamra.

Portal Brasiliana Fotográfica disponibiliza imagens históricas dos séculos 19 e 20

Missa campal em comemoração à abolição da escravatura, em 1888, no Campo de São Cristóvão, no Rio (Foto: Luiz Antonio Ferreira/Acervo Instituto Moreira Salles)
Dica duca do sempre ligado Leo Engelmann: a Biblioteca Nacional e o Instituto Moreira Salles criaram o portal Brasiliana Fotográfica, um banco de fotos online focalizando o final do século XIX até os anos 20 do século passado. O site disponibiliza por enquanto mais de duas mil fotografias históricas brasileiras e está aberto para eventuais aquisições de outras coleções compatíveis com o acervo. Entre os assuntos, momentos cruciais da nossa História, como a Guerra do Paraguai e as manifestações à favor da abolição da escravatura. E entre as principais coleções, a Coleção D.Teresa Cristina Maria, com mais de 21 mil fotos reunidas por D.Pedro II, um grande colecionador de imagens do país e ele mesmo um pioneiro da fotografia; e o conjunto documental Mestres do Século XIX, destacando paisagens e tipos brasileiros. Um acervo importantíssimo para a compreensão da evolução urbana e formatação da identidade nacional, fortemente talhadas na transição da monarquia para a república. Um acervo primordial.
http://brasilianafotografica.bn.br

27 de abril de 2015

Documentário " Quando Éramos Príncipes" disseca Ronnie Von psicodélico

divulgação
Uma pérola esse documentário "Quando Éramos Príncipes", dirigido por Caco Souza e roteirizado e idealizado por Ricardo Alexandre. Passou no Canal Bis ano passado e merece uma assistida. O filme disseca um dos momentos mais obscuros e incompreendidos da nossa música brasileira nos anos 60: os anos psicodélicos de Ronnie Von, que começou como "princípe" da Jovem Guarda, em contrapartida ao sucesso do "Rei" Roberto Carlos", e entre 67 e 71, decidiu entrar de cabeça na psicodelia, numa trilogia de LPs + compactos que virou um fracasso retumbante em vendas na época, mas que a partir do início do século XXI, iniciou um processo de reavaliação e descoberta das novas gerações que passaram a tratar essa fase como cult. O documentário esmiuça com propriedade esse período crazy da carreira errática de Ronnie, com depoimentos cruciais de figuras chaves no processo, como Manoel Barenbein e Arnaldo Saccomani.

https://www.youtube.com/watch?v=cW1OpuCXbaA

24 de abril de 2015

Show do Tavito em São Caetano (23/04/2015)

Ontem, fui com a family ao show do Tavito no Teatro Santos Dumont, pertinho de casa. E que showzaço! A apresentação foi num formato econômico: Tavito e o músico Nando Lee, que participa de seu último disco, "Mineiro", intercalando guitarra/violão e desfiando clássicos de sua lavra. E olha que não são poucos: "Casa no Campo" ( parceria com Zé Rodrix) , "Rua Ramalhete" ( com Ney Azambuja), "Começo, Meio e Fim", "Aquele Beijo", "Cowboy", "Naquele Tempo". Cantou até "Sábado" ( de Fredera), e "Feira Moderna" ( de Lô Borges, Beto Guedes e Fernando Brant), músicas do repertório de seu primeiro grupo, o Som Imaginário, antológica banda de rock progressivo/rural formada só por "feras" ( além de Tavito, Zé Rodrix, Fredera, Robertinho Silva, Luiz Alves, Wagner Tiso). Entre uma e outra canção, muitas piadas, causos mineiros, paródias ( Beat it de Michael Jackson virou o jingle "Bidê") e alguns exemplos de sua época de compositor de jingles - além da muito conhecida "Coração Verde e Amarelo" ( do refrão " com o coração batendo a mil/ é taça na raça, Brasil"), surpreendeu a platéia com a inclusão de "Marcas do que se Foi", que quase todo mundo conhece mas poucos sabiam ser de sua autoria. Esse desconhecimento tem explicação: Tavito, embora tenha sido preso na época da ditadura e perdido pessoas próximas, acabou fazendo essa música - que virou febre - para o governo federal, em um momento de pretensa distensão política. Na época, ele tinha a agência de jingles Zuruna ( também responsável pela "Vem pra Caixa você também") em sociedade com Paulo Sergio Valle, que recebia muita encomenda, incluindo essa, que acabou tendo sua autoria revelada há pouco tempo. Revelou outras composições preciosas de sua carreira, como as parcerias com seu "amigo de escolha" Renato Teixeira e o tango composto com Aldir Blanc para uma novela global, que embora cantado por Zé Ramalho, jamais foi tocado durante o folhetim televisivo. Um show intimista, lírico, de coração aberto, a cara do Tavito, um compositor que merecia mais reconhecimento nesse Brasilzão que só anda celebrando coisas descerebradas. Além de clássicos perenes, Tavito foi um dos grandes músicos do movimento Clube da Esquina, participando do seminal Som Imaginário, que participou da fase solo mais criativa de Milton Nascimento ( 1970 a 1974), incluindo os arranjos e execuções instrumentais do internacionalmente conhecido disco "Clube da Esquina". Fechando a noite com chave de ouro, na saída ganhei dedicatória do compositor na coletânea que ele faz e vende exclusivamente em shows. Valeu, Tavito!









22 de abril de 2015

Adeus

A vida é assim. Numa mesma semana, num mesmo mês, grandes representantes da cultura podem partir para outro plano. Foi o que aconteceu do final de março pra cá, quando artistas de várias áreas e um escritor unanimemente essencial deixaram o nosso planetinha. Homenageio-os, selecionando alguns grandes momentos de cada um:

José Loredo ( Zé Bonitinho) ( 1925-2015)

divulgação
"Perigote das mulheres". Era como se autoproclamava o personagem Zé Bonitinho, interpretado por Loredo por mais de 50 anos. Fez outros tipos famosos, como o mendigo filósofo, principalmente na famosa praça da TV ( primeiro com o fundador Manoel da Nóbrega e depois com o filho Carlos Alberto). Mesmo com quase 90 anos, trabalhou até o ano passado, ainda na TV e em participações mais que especiais no cinema - O Palhaço, de Selton Melo, foi um deles. O cinema aliás, não lhe era distante: chegou a trabalhar com Rogério Sganzerla nos idos loucos do início dos anos 70, entre muitas outras participações. Mas Zé Bonitinho, com seu topete e pente gigantes, bigodinho safado e lábia com voz radiofônica, virou sua grande personificação na vida. Faleceu em 26/03.

https://www.youtube.com/watch?v=PufgIZNwAik  (documentário parte 1)

https://www.youtube.com/watch?v=hIlbHuK4vdQ (parte 2)

https://www.youtube.com/watch?v=SSRsawPKCzs  (parte 3)

https://www.youtube.com/watch?v=fSQFWjO3N68 (parte 4)

https://www.youtube.com/watch?v=i9xjuNnGj6E


Percy Sledge ( 1941-2015)


Essa grande voz se imortalizou com a pungente "When a Man Loves a Woman", feita quando o compositor sentiu na pele, no sangue e no coração a perda de um grande amor. Gravou muitas outras canções mas esse seu rascante desabafo é o que fica para a eternidade. Faleceu no dia 14/04.

https://www.youtube.com/watch?v=rq2P8pTrDvw


Percy Weiss (1955-2015)


Coincidentemente, outro Percy faleceu no mesmo dia 14. O vocalista Percy Weiss foi uma das gargantas mais celebradas do rock brasileiro, tendo passado por dezenas de bandas, incluindo três seminais: Made in Brazil, Patrulha do Espaço e Harppia. Depois de fechar contrato para a próxima Virada Cultural paulistana - Weiss vinha trabalhando ultimamente em um disco solo recheado de participações especiais - o músico visitou alguns amigos na capital e Jundiaí, antes de voltar para Campinas ( um deles, Calanca, da Baratos Afins, um dos últimos que o viram, deixou um texto emocionante sobre o amigo nas redes sociais) e acabou sofrendo um grave acidente na Rodovia dos Bandeirantes. O músico era mais um representante da geração heroica que carregou o rock nos anos 70 no muque: sem grana, sem patrocínio, sem conforto, sem regalias, sem incentivos. Com muita paixão e cordas vocais privilegiadas, deixou registros que ficarão cravados na história do nosso rock.

No Harppia: https://www.youtube.com/watch?v=7dBTTq_H1G0 

No Patrulha do Espaço: https://www.youtube.com/watch?v=7pFfniBZVmc

No Made in Brazil: https://www.youtube.com/watch?v=_pd5-xtYZZ0


Herb Trimpe (1939-2015)

O artista Herb Trimpe ficou conhecido por sua longa participação na revista do Incrível Hulk ( entre 1968 e 1975) e por ter cocriado Wolverine, um grande ícone da Marvel, justamente nas páginas do gigante esmeralda. Abaixo, a capa apresentando o "super herói canadense".




Eduardo Galeano ( 1940 - 2015)


O escritor uruguaio, um dos grandes da literatura latinoamericana, faleceu no último dia 13. Também jornalista, escreveu mais de trinta obras, entre ficção, ensaios, narrativas e poesia. Sempre muito politizado, começou adolescente como chargista. Passou por grandes redações em seu país, chegando a chefe de redação em veículos cruciais como o Semanário Marcha e diretor no jornal Época. Preso no golpe militar de 1973, consegue fugir e refugiar-se na Argentina. Mas três anos depois, com o golpe também nesse país, exila-se na Espanha, permanecendo lá até a redemocratização uruguaia, em 1985. Premiadíssimo como autor, deixou marcas profundas na literatura. Seu livro "As Veias Abertas da América Latina", denunciando a opressão e angústia no continente, é um grande marco literário, traduzido para dezenas de idiomas. Acima, uma de suas grandes frases.


16 de abril de 2015

Capa do Mês:LP Grateful Dead - Shakedown Street (1978) por Gilbert Shelton


Gilbert Shelton é um dos meus heróis dos comics. O seu clássico trio Fabulous Furry Freak Brothers é uma das coisas mais libertárias e independentes que eu tive o privilégio de ver/ler. Era totalmente underground e contra o stablishment, mas também era uma arte rica e cheia de qualidades. Como nessa capa lindona feita para o grupo hippie mais hippie de São Francisco, o Grateful Dead, onde o artista pincela tudo com mãos de pinça e faz uma cena cotidiana explodir em detalhes.

14 de abril de 2015

"Jornalismo da Metodista - Trinta Anos em Muitas Vozes" (2002)

Na semana, o onipresente Leonardo Engelmann, figura chave dentro do sistema de radiofusão da Universidade Metodista, me agraciou com um exemplar do livro ""Jornalismo da Metodista - Trinta Anos em Muitas Vozes" (2002), organizado pelo professor Herom Vargas. Estou lendo e já deu pra visualizar fotos da época em que cursei o Jornalismo Noturno ( 1987-1991), período fervilhante que rendeu manifestações ligadas à mensalidade, movimento para a legalização do diploma (com direito à passeata na Av. Paulista) e até uma ocupação da sala da direção em 1987. Além das imagens internas da redação do Rudge Ramos Jornal e da rádio, a obra tem uma pesquisa muito detalhada, que abrange desde os primórdios do curso, passando por projetos importantes implantados e várias impressões de professores, funcionários e ex-alunos. Entre esses depoimentos, dois ganham um sabor especial, por se tratar de dois colegas da minha saudosa turma de Jornalismo Noturno, que acabaram ganhando destaque na profissão: Lucio Sturm e Angélica Sales, o primeiro na TV como repórter e Angélica em redações de jornais e revistas. Uma obra histórica e particularmente emocionante, por trazer um pedaço importante da consolidação da instituição de ensino e um período em que tive o privilégio de estudar com pessoas corajosas e brilhantes, e antes de tudo, honestas e verdadeiras.

12 de abril de 2015

Baú do Seu João 10: carteirinha do A.A. São Bento ( São Caetano do Sul) -1954


Mais um item da juventude de meu pai, desta vez uma carteirinha de clube - A.A. São Bento - uma das inúmeras agremiações da cidade nos anos 50 formadas a partir de uma fusão. Nesse caso o antigo clube São Caetano ( não confundir com o atual, famoso no futebol) se uniu a outras duas associações menores para formar o São Bento. Meu pai, pelo que se vê na carteirinha acima, entrou poucos meses depois da fundação, e pelo que imagino, deve ter participado como goleiro em jogos internos. Ele passava ao largo da piscina, mas embaixo das traves mandava muito bem, já do alto de seus 15 anos de idade. Vale lembrar sua influência maior: meu avô, Antonio Massolini, foi goleiro da General Motors nos anos 30 e segundo meu pai, era tão bom arqueiro, que quase jogou no Santos na época. Chegou a treinar na baixada, mas como estava de casamento marcado, acabou ficando em São Caetano, trabalhando na G.M.

11 de abril de 2015

O ocaso da Herbert Richers

O já falecido Herbert Richers (Pedro Andrade/O Dia)
Matéria interessante, mas bem triste, de O Dia, sobre a situação terrível em que se encontra as dependências dos estúdios da outrora influente Herbert Richers. Uma sucessão de problemas - ações trabalhistas, concorrência acirrada e erros administrativos - levaram uma das empresas mais importantes do mercado de cinema e dublagem a entrar em declínio e bancarrota na década passada. O mais surreal da história é que o prédio localizado na Tijuca, com infiltrações, morcegos e ainda com resquícios de um incêndio de 2012, ainda mantinha em seu interior um acervo com milhares de películas, negativos e fitas. Mas neste mês, finalmente um alento: a Universidade Federal Fluminense foi contatada pelos atuais proprietários e no dia 01/04 seus alunos mandaram todo o material da empresa para a Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna) que irá trabalhar por pelo menos um ano na análise e catalogação do extenso acervo. O mobiliário também foi resgatado pela universidade. A torcida é para que esse processo consiga trazer à tona novamente a rica história dessa empresa crucial para a chanchada e icônica para o mercado de dublagem, a mesma que por anos adentrou os lares de várias gerações a partir dos anos 60 com seu inesquecível recado: "Versão Brasileira Herbert Richers".

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-04-04/apos-anos-de-abandono-estudio-herbet-richers-tem-acervo-doado.html

10 de abril de 2015

Preview Graphic MSP: Penadinho

Anteontem acompanhei o preview da nova Graphic MSP "Penadinho - Vida" da dupla Paulo Crumbim e Cristina Eiko. Sidão ( Sidney Gusman), o mentor dessa linha adulta da MSP mostrou em 11 imagens no Facebook as primeiras imagens da obra prevista para sair em maio, nas já tradicionais capas dura e encadernada. O traço é forte, estilizado e com personalidade. O argumento, do que deu pra sentir nos trechos disponibilizados, intercala nuances de aventura, suspense e lirismo. Mais um lançamento dessa linha que promete. Essa edição do Penadinho acabou saindo a toque de caixa depois que o primeiro lançamento previsto para 2015, a graphic novel do personagem Louco, bolada por Rogério Coelho, foi adiada por questões particulares do autor. Penadinho sai na frente.
As imagens disponibilizadas foram estas ( mais a capa acima):











9 de abril de 2015

Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários em Santo André

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Anelis é forte e ao mesmo tempo poética, crítica e lírica, como seu pai, o icônico  e saudoso Itamar Assumpção. Amanhã, ela pousa em Santo André com a banda Amigos Imaginários - Bruno Buarque, Cris Scabello, Mau e Zé Nigro e participações de Lelena Anhaia e Edy Trombone - para mostrar músicas do seu segundo e elogiado álbum "Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários", produzido coletivamente no final do ano passado. As canções , da própria Anelis e em parcerias diversas, traz crônicas amorosas/urbanas embebidas na voz deliciosa da cantora/compositora. Um grande presente para Santo André, que aniversariou ontem.

Show - amanhã (10/04) no Sesc Santo André, às 21hs
Endereço: Rua Tamarutaca, 302 - Vila Giomar - Santo André
Informações e vendas: 4469-1200

8 de abril de 2015

Poeira Zine 59

Divulgação
A sempre ansiosamente aguardada Poeira Zine, revista cult que trata com muito esmero e carinho o melhor do rock das antigas, acaba de ter seu número 59 anunciado em sua página oficial do Facebook. A magazine pode ser comprada nos pontos de distribuição a partir de amanhã (09/04) ou no próprio site -  www.poeirazine.com.br . Os pontos disponíveis também estão discriminados na página. Long Live Rock and Roll!! Long Live Poeira Zine!!

7 de abril de 2015

Instituto Moreira Salles adquire acervo de J.Carlos (1884-1950)

Detalhe da capa da revista "Careta" de outubro de 1943, da coleção Eduardo Augusto de Brito e Cunha
O IMS ( Instituto Moreira Salles) recebeu em março uma parte significativa do acervo do grande J. Carlos, o maior cronista visual brasileiro da primeira metade do século XX. Essa coleção, preservada com afinco pelo filho do artista, Eduardo Augusto de Brito e Cunha, é composta de muitas publicações encadernadas - Careta, O Tico-Tico, Fon-Fon - desenhos esparsos, álbuns com recortes de notícias e quase mil originais e ficará sob regime de comodato no IMS por dez anos. Foi o artista e pesquisador Cássio Loredano, que vem se debruçando na obra de J. Carlos há anos, quem fez a ponte para que esse material valioso pudesse ficar sob a chancela do instituto. Ele é consultor de iconografia do IMS e já era assíduo pesquisador desse acervo guardado pelo filho em Petrópolis, o que o ajudou a publicar três livros sobre o desenhista. Pelas contas de Loredano, J.Carlos, nascido José Carlos de Brito e Cunha, pode ter produzido em vida cerca de 100 mil desenhos. Isso porque faleceu relativamente cedo - tinha 66 anos quando sofreu um derrame enquanto desenhava em sua prancheta. O material ainda está em processo de higienização mas já se prevê dessa parceria exposições e publicações à altura do seu valor histórico.


6 de abril de 2015

Café, Cachaça, Cerveja, Coxinha e CDs, muitos CDs


Estava na semana passada na região do Brooklin, próximo à Avenida Santo Amaro, quando me deparei com esse bar sui generis, na Rua Padre Antonio José dos Santos. Diante de visão tão inusitada, não pude resistir e adentrei o recinto. Pedi um café e comecei a olhar em volta aquelas dezenas de fileiras de CDs e DVDs preenchendo toda a extensão das paredes laterais. No impressionante acervo, muitas coletâneas e caça níqueis de gravadoras, mas também muitos discos raros ou fora de catálogo, como trilhas de novelas, ícones do jazz/soul/blues, e artistas fora do mainstream, como Cida Moreira, Zimbo Trio e Johnny Alf. Vi também muito rock nacional e bossa nova. Como era hora do almoço, o proprietário Jurandir não pode me dar atenção exclusiva, mas soube que entre todos os gêneros musicais ( e a foto acima mostra que o acervo abarca mesmo todos os gêneros possíveis e imagináveis), a Jovem Guarda é sua especialidade. Atrás do balcão percebi caixas e caixas de CDs, o que comprova a incrível quantidade de itens à venda. Jurandir não vende LPs, infelizmente, mas está aberto para encomendas ( o telefone para contato aparece na foto acima). No fim, acabei tirando essas fotos e levando para casa um CD do Al Green e um DVD do Johnny Alf ( do programa Ensaio da TV Cultura). É por essas e outras que eu adoro bater perna em São Paulo: é uma surpresa em cada esquina.