31 de dezembro de 2015

Tony Tornado homenageado pelo novo Zorra

Fotos: divulgação TV Globo
É certo que a poderosa Rede Globo tem a melhor produção de toda a tv brasileira ( a Record tem grana atualmente mas ainda lhe falta a tarimba e a experiência técnica nas grandes produções), e é certo também que de cada três experiências novas , a vênus platinada fracasse em pelo menos duas delas - às vezes por errar a mão mesmo, mas às vezes por não ser compreendida pelo público. A mudança de foco do novo Zorra Total (agora Zorra) foi uma das raras atitudes corajosas da emissora nos últimos tempos, que arriscou ao mudar completamente o tipo de humor do veterano programa em sua grade ( 15 anos no ar!), transformando-o de antiquado - com piadas velhas e recauchutadas e bordões e esquetes repetitivas - para moderno - com um humor rindo de si mesmo e unindo o nonsense e a crítica, o absurdo e o escracho focado na rotina e nas convenções. As influências são claras: Porta dos Fundos, Saturday Night Live, Monty Phyton, além de ideias do anterior "Tá no Ar", um programa anárquico da emissora com Marcelo Adnet , muito elogiado pela crítica. Essa jogada deu certo, muito certo e não precisou acabar com todo o elenco do formato anterior. O programa anexou novos humoristas - Dani Calabresa, Marcius Melhem, Luis Miranda, Welder Rodrigues, Debora Lamm, Georme Sauma- e manteve vários atores da antiga equipe - Nelson Freitas, Mariana Santos, Rodrigo Sant'anna, Paulo Silvino, Antônio Pedro, Pincel, Tony Tornado, Paulo Mathias Jr, Fabiana Karla, entre tantos. A audiência subiu e mostrou que o novo Zorra não afugentou os antigos telespectadores e ainda chamou atenção de outro público. Eu gostei de vários quadros que assisti, incluindo aqueles que passam em partes, deixando o suspense pairando no ar.



Outro momento marcante dessa nova fase se deu com a homenagem ao veterano Tony Tornado, de 85 anos, artista que emprestou seu grande talento e carisma não só para interpretações em novelas e filmes, mas também em performances inesquecíveis nos tempos dos festivais - BR-3 virou um ícone com sua interpretação e gestual único no FIC ( Festival Internacional da Canção) de 1970. Pois foi exatamente esse momento que a produção atual do Zorra resolveu resgatar neste mês de dezembro. Com um elenco de apoio formado por Cristina Pompeo, Mariana Santos, Renata Ricci, Georme Sauma, Nelson Freitas e Paulo Mathias Jr., servindo de backing vocal para a performance do filho do homem, o ator e cantor Lincoln Tornado, o quadro, natalino ( que começa em um hospital, bem no espírito do novo programa), com adereços e cenários de presépio/manjedoura, e gravada com plateia formada pelo restante do elenco, emocionou todo mundo presente, incluindo o próprio Tony, que iniciou a música mas em certo momento não pode conter o choro. Não tinha mesmo como. Assistam e comprovem essa bela homenagem a um dos nossos reis da black music.

http://globoplay.globo.com/v/4701386/\


27 de dezembro de 2015

O Acervo Sorve 13: Copo do show de David Gilmour ( SP 11/12/2015)




Esse copo circulou internamente no show extra que David Gilmour fez no Allianz Parque, em 11/12/2015. Patrocinado pela cerveja Budweiser, é uma bela lembrança do concerto, e para os que não foram, como foi meu caso - culpa do bolso atual lotado de vento - um souvenir para guardar como memorabilia de um show de rock dos bons. Esse presentaço foi me dado pelo amigo Henrique Valsésia, que foi e curtiu muito o show, embora tenha comentado que em muitos momentos o volume se mostrou muito baixo. Do meu lado, na falta do "ao vivo", ficarei neste final de ano com a audição dos meus velhos vinis do Pink Floyd, quem sabe com esse belo copo me acompanhando, de preferência cheio! Salute!

26 de dezembro de 2015

Capa do Mês: CD Edith Piaf- Best of 100º Anniversaire (Warner)

Eu bati o olho nessa capa sensacional quando estava a procura de presentes pra minha turma na Livraria Saraiva. Achei incrível o design, difícil de se ver por aí hoje em dia: minimalista, simples sem ser simplista, sofisticado na medida certa, com uma ilustração que remete aos quadrinhos e ilustrações dos anos 50. Tudo a ver com a Dona Piaf.

Em tempo: em comemoração aos 100 anos da carismática "La Môme",  a Warner remasterizou pela primeira vez as maiores canções do seu repertório em HD, a partir das fitas e vinis originais e montou esse CD duplo com 40 faixas.

25 de dezembro de 2015

Foto do mês: Turma de 1986 do Tiro de Guerra de São Caetano

Os 16 da velha turma de 1986 do Tiro de Guerra, no Galleta's Bar ( 18/12/2015)
Entre os grandes encontros com os amigos neste final de ano, um foi especial pela sua peculiaridade: o encontro da turma de 1986 do Tiro de Guerra de São Caetano do Sul ( TG-02-069/1986). Armamos esse encontro depois de 29 anos! Tirando um ou outro que encontramos durantes essas quase três décadas, a maioria que se reencontrou no último dia 18/12 não tinha mais se visto. O papo rolou como se tivéssemos saído do tiro a alguns dias apenas. Inesquecível!
Na foto acima, da esquerda para direita: Stoicov ( braços cruzados), Luiz, eu, Negrini, Vidoski ( de branco), Luchon, Romano, Celkevicius, Demambro, Ricchini, Froner, Ednilson Massolini ( meu primo, de verde), Moreira, Loni, Rossi e Gomes. Dezesseis reservistas se encontrando depois de 29 anos, eis um pequeno milagre de Natal...rs. E tenho a certeza, que de onde estiver, o sargento Campos, considerado por todos uma verdadeira "mãe", tal seu grau de amizade e respeito com seus subordinados do Tiro, deve estar esboçando aquele seu sorriso de canto de boca, satisfeito com essa reunião inusitada de uma de suas turmas mais bagunceiras, mas também uma das com mais personalidade. Durante a busca aos atiradores pelas redes sociais e internet, Celkevicius e Orquisa ( que acabou ficando com febre no dia e não compareceu), acabaram descobrindo a família do sargento Campos e infelizmente descobriram também que ele havia falecido há cerca de três anos atrás. Uma falta muito sentida no encontro. De qualquer maneira, seu nome foi lembrado toda hora e muitas histórias com sua participação afloraram nessa noite memorável. O encontro foi tão divertido e marcante que já estão programando outro no início de 2016, em comemoração aos 30 anos. Espero que dê tão certo como esse!

24 de dezembro de 2015

Cartão de Natal do Cubinho!

E mais um belo cartão de Natal me foi enviado, desta vez digital e com a assinatura do Mario Mastrotti. Grandes votos, sábio Cubinho!

Revista Raízes 52

Como todo dezembro, saiu mais uma revista Raízes, publicação histórica semestral da cidade de São Caetano do Sul. O veículo já está no número 52! O tema especial da edição é a saúde municipal e os profissionais pioneiros dessa área na História de São Caetano, mas há muitos outros assuntos destrinchados, como um perfil homenageando o fundador das Casas Bahia, Samuel Klein.
Nessa edição eu tive a oportunidade de publicar uma crônica histórica com 4 páginas e muitas citações à infância e ao futebol ( tema principal do texto). Em outra ocasião, posto aqui na íntegra. Quem quiser adquirir um exemplar gratuito é só se dirigir à Fundação Pró-Memória, na Avenida Dr. Augusto de Toledo, 255, Bairro Santa Paula, das 8h as 18hs; ou no Museu Histórico Municipal, na Rua Maximiliano Lorenzini, 122 , Bairro Fundação, das 9h as 17hs. Ambos os endereços estão em São Caetano do Sul/SP.

23 de dezembro de 2015

"Tocando a Vida"! Saiu o primeiro rebento literário de Marcelo Tieppo!


A bela capa de "Tocando a Vida"
Esse final de 2015 - um ano que se mostrou sim, duro, carregado, difícil, cheio de nuances e viradas, instável, transitório, mas também coberto de reflexão, retomada e destemor- trouxe para mim grandes momentos de convívio e aconchego dentro da família e chances reais de reencontrar velhos amigos, como parte da equipe da velha Abril Imagens ( Ana, Paulinho e Ricardão; faltou o grande Bias, mas sua ausência foi compensada com a presença do nosso livreiro mor Piazza) na "prainha" da Paulista semana passada ( faltou foto bem no encontro do povo de imagens?!?!), e a animada turma do Tiro de Guerra ( turma de 1986 do TG de São Caetano do Sul) que marcou presença no encontro da semana passada com 16 participantes ( vejam foto e detalhes no outro post), quase 30 anos depois! 


O convite do lançamento

Sábado último foi a vez da minha turma de Jornalismo da Metô. Em um momento propício e mágico - o lançamento do primeiro rebento literário do grande Marcelo Tieppo, no bar Genuíno, pra onde rumei com a family- foi inesquecível encontrar uma parte da velha galera do jornalismo noturno (1987-1991), entre eles, Gigi, Milzo e Bete, que estavam de saída do bar Genuíno quando cheguei ( e por isso não deu tempo do click). Parênteses: reencontrei saindo dali também meu amigo de infância João Biarari, que veio ao lançamento, e isso foi realmente um milagre de Natal...rs. Logo em seguida encontrei Bob, Rai e seu amigo Marcos e o papo rolou uma maravilha - como sempre, aliás. 


Bob, Rai, Tieppo e Malu - Bar Genuíno ( 19/12/2015)
O lançamento da obra do Tieppo fecha com muita ternura, humor e emoção esse ano atribulado. Acabei de lê-lo ontem-  de uma talagada só - e nele está o que importa, gravado com todas as letras e acentos: a família, principalmente, e os amigos, são os grandes propulsores, os que nos fazem seguir em frente, haja a tormenta que houver. Esse é o grande recado do seu livro. Quanto ao lance de "primeiro rebento", é porque eu tenho certeza que esse será o primogênito de muitos filhotes literários daqui adiante. Meu grande amigo, a quem muitas vezes eu chamo de amigo-gêmeo, tais as coincidências que nos cercam, escreveu uma obra tocante, pungente, sutil, direta e espirituosa, exatamente como um legítimo livro by Marcelo Tieppo deve ser. Afinal, quem o conhece há décadas como nós, sabe que ele é tudo isso que escreve e mais um pouco. Um guerreiro de verdade, pronto para nos fazer seguir em frente. 
Um ótimo 2016 pra todos! 

Abaixo, duas matérias sobre o lançamento do livro:

http://terceirotempo.bol.uol.com.br/noticias/marcelo-tieppo-lanca-o-livro-tocando-a-vida-no-dia-19-de-dezembro-confira

http://www.redepress.com.br/noticias/2015/12/19/marcelo-tieppo-lanca-neste-sabado-19-livro-que-une-cancoes-dos-beatles-com-a-luta-contra-o-cancer/

22 de dezembro de 2015

A Arte Histórica de Roberto Wally em São Tomé das Letras



Fotos fonte: Mauricia Panaro)

Roberto Wally sempre pensou a cidade como um espaço naturalmente expansionista para qualquer tipo de arte, desde quando morou em São Caetano do Sul e já fazia seus quadros, murais e letreiros, e agora, mais do que nunca, como morador de São Tomé das Letras, a sua terra de coração. Como bem mostrou a reportagem da TV São Tomé das Letras, Wally, com seu projeto "Oia Procê Vê", está não só reavivando um grande espaço público até então esquecido como também resgatando uma boa parte da História da mística e valorosa cidade mineira, através de sua arte. E pelo visto, essa importante iniciativa não vai ficar fadada a um só muro: seu sucesso entre os moradores e passantes já é uma grande deixa para que esse projeto artístico histórico se prolifere em todos os cantos de São Tomé. Estamos torcendo por aqui!

https://www.facebook.com/1405978719704857/videos/1494773677492027/?pnref=story


Wally na Sessão Ordinária da Câmara da cidade em novembro, quando o projeto foi aprovado (Imagem: TV Câmara São Tomé das Letras)

16 de dezembro de 2015

Minha Estante 31 ( Pipoca e Nanquim)


Quando o amigo Alexandre Morgado, grande colecionador de São Paulo e agora responsável pela coluna "Minha Estante" do site Pipoca e Nanquim, me convidou para ser entrevistado e mostrar um pouco da minha coleção na coluna, me senti lisonjeado mas também um pouco receoso. Já faz um tempo que minha coleção de quadrinhos está em estantes provisórias no armário do meu quarto, com vistas a mudar para um lugar mais apropriado em breve, e essa transição acaba atrapalhando consideravelmente na hora de separar os itens mais interessantes e as coleções prioritárias. Mesmo com isso em mente, aceitei o convite e não me arrependi. A minha coleção acabou de ser publicada, como a de número 31 da série , e além da entrevista ter sido muito bem conduzida, a edição do Morgado soube distribuir com sutileza os assuntos e as imagens. Adorei a experiência! A maioria das coleções anteriores na coluna geralmente aparece muito bem organizada e asseada, e a minha acabou ficando na ala mais caótica e punk...rs, mas no fim, consegui passar o recado e mostrar um pouco dos meus "tesouros". Agradeço mais uma vez o Alexandre Morgado por essa oportunidade!

http://pipocaenanquim.com.br/destaques/minha-estante-61-marcos-massolini/

15 de dezembro de 2015

Chico Mendes é homenageado pelo Google

Mais uma personalidade brasileira vira Doodle na página inicial do Google ( imagem acima): Chico Mendes, o seringueiro que estava anos luz à frente na questão ecologia/biodiversidade. E como o Chico morreu cedo! Hoje - 15/12 - ele faria apenas 71 anos. Quando sua vida foi ceifada covardemente em 22/12/1988, ele tinha 44 anos! Hoje, seu nome está em praças, parques - o maior parque aqui da minha cidade tem seu nome - ruas, áreas de preservação. Esperamos que além de seu batismo, seu pioneirismo e heroismo com relação à preservação e equilíbrio ecológico possa se espalhar por cada cabeça e coração dos que lutam pelo que restou de nossa sagrada natureza.

14 de dezembro de 2015

Cartão de Natal by Vitorio Cestaroli





Mais um final de ano e mais uma vez recebo um magnífico e caprichado cartão de Natal do amigo Vitorio Cestaroli (assinando com sua esposa Gledes). Nesses tempos em que até o e-mail está rareando, e os canais whatsaap, Facebook e Twitter dominam, receber em mãos uma mensagem impressa, feita manualmente com um cuidado gráfico ímpar, e uma mensagem tão bem direcionada, realmente não tem preço! Valeu, Mestre Vitorio!
Acima, o singelo cartão, frente e verso.

10 de dezembro de 2015

I Love VINYL!

Sensacional esse vídeo dirigido por Captain Blyth e editado por Brendan Ferrer e Nathan Morris em 2012, com vários DJs atuantes de NY, e que eu conheci em uma postagem do antenado Kléssius Leão !  O filme foi concebido para comemorar os três anos da festa novaiorquina "I Love VINYL" e nitidamente é uma grande celebração em torno do venerado objeto mor chamado LP. A trilha com Little Milton só enaltece e favorece o clima, e tem gente que vai se ver em algum momento do clipe ( eu me vi catando disco no lixo...rs). Fora a lembrança imediata da equipe de som da velha turma do ponto, que nos idos dos 80/90 fazia muitos desses passos rumo aos bailes, festas, clubes e afins. Good Times!


9 de dezembro de 2015

Editora Polvo Rosa lança coleção "Tentáculos"

A editora Polvo Rosa lançou em novembro as quatro primeiras edições da interessante coleção "Tentáculos". Essa série de livrinhos me lembrou a já clássica série Mini-Tonto que iniciou nos anos 90 publicando artistas underground como Lourenço Mutarelli, Fabio Zimbres e Allan Sieber ( e que existe até hoje! vejam aqui: http://www.tonto.com.br/minitonto/cataminitonto.htm). Mais pelo formato, pois a proposta da Polvo Rosa passa longe do marginal e experimental, embora mantenha a aura artesanal e autoral. Os autores, títulos e respectivas resenhas seguem abaixo, pela assessoria da editora.
Uma ótima iniciativa!
Em tempo: o autor Hiro Kawahara é aquele mesmo que já ilustrou "trocentas" daquelas famosas lâminas de bandeja do McDonald's.

‘Chance’, por Diogo Cesar (‘A Casa ao Lado’) e Samantha Flôor (‘Três’, ‘Click’) 
Clara e Babi dividem um apartamento em Porto Alegre. Acabaram de se mudar e têm grandes expectativas para o futuro. Na festa de inauguração da casa nova, um presente trazido por Fred, seu melhor amigo, revela uma moeda misteriosa que parece tornar desejos em realidade. Mas a que preço?
‘Esquadrão Sukiyaki – A Fuga do Porquinho’, por Sandro Hojo
Junte um ornitorrinco, um gato preto, uma coruja e um porquinho. Acrescente criaturas bizarras e uma florestaassombrosa cheia de perigos. Aí é só dar uma pitada de humor e está pronta a receita da HQ que só podia ter saído da cabeça e das mãos de Sandro Hojo. ‘Esquadrão Sukiyaki – A Fuga do Porquinho’ é uma aventura infantojuvenil que irá agradar crianças dos 8 aos 80 anos, e brinca justamente com a criatividade e imaginação dos pequenos que acreditam viver em um mundo de fantasias, como nos filmes e videogames.
‘Maravilhoso’, por Hiro Kawahara
Um herói que não é herói, não é maravilhoso, aliás, quase não chega a ser um homem. Essa é a história do Homem-Maravilhoso, um pobre coitado imbecil cuja miséria só é superada pela sua estupidez. Ele não tem poderes, não é inteligente, não tem autoestima, apenas uma mente minúscula que só se preocupa em comer e dormir, para acordar, comer e dormir novamente no dia seguinte. Some-se a isso uma oportunidade de ouro, duas garotas poderosas, uma jornada que deveria ser digna de heróis e uma série de eventos inesperados causados por motivos medíocres.
‘Astromini’, por Vencys Lao (‘Dia do Porko’, ‘Hey Little Rich Girl’), com cores de Welton Santos
Shë é uma exploradora que está em uma missão, sobrevoando um ambiente inóspito e desconhecido. Mas um acontecimento a faz desviar de seu destino, e agora, a floresta, que antes era vista de cima, ganha uma nova perspectiva e se transforma em um gigantesco obstáculo a ser vencido. Embarque nesta aventura rumo ao perigoso, mas belo e sedutor, universo de ‘Astromini’.



8 de dezembro de 2015

Cenas Urbanas 3 - Marginal Tietê - SP ( dezembro de 2015)

Capturei esse incrível céu no horizonte da Marginal Tietê no final de semana. A câmera tentou mas conseguiu pegar só uma nesga do que foi ver ao vivo essa espécie de "aura" avermelhada que parecia saída de uma abertura estratégica no firmamento.

1 de dezembro de 2015

Os que se foram em novembro de 2015

Moacir Japiassu (1942-2015)


O "considerado" ( modo como seu personagem Janistraquis se dirigia a ele em suas crônicas) nos deixou em 04/11, vítima de um acidente vascular em seu sítio em Cunha/SP. Conheci o texto direto de Japiassu na boa fase da revista Imprensa dos anos 90, quando "caçava" erros/ absurdos linguísticos e barrigas nos veículos jornalísticos. Trabalhou mais de meio século no jornalismo -  Diário de Notícias, Estadão, Senhor, JT, Veja, Istoé, Pais e Filhos ( um dos fundadores), Jornal da República, Elle, Placar. Trabalhou em vários veículos do rádio e da TV e chegou a editor-chefe do Fantástico. Em 1997 lançou o ótimo e premiado Jornal dos Jornais e nos últimos tempos criou a coluna "Jornal da Imprença" que vinha sendo publicado pelo Portal Comunique-se, uma evolução da coluna "Perdão, Leitores", aquela mesma que eu lia avidamente na revista Imprensa . Seu primeiro emprego no jornalismo foi no Correio de Minas, em 1962, onde virou repórter com 19 anos. Uma vida dedicada ao jornalismo, e se não bastasse, ainda criou prêmios como o Líbero Badaró e Claudio Abramo, e se virou muito bem como escritor, escrevendo para o gênero infantojuvenil, romance, gastronomia, e uma antologia da sua coluna na revista Imprensa. Vai na paz, "considerado"!

Milton Belintani (1959-2015)

Esse se foi novo demais, e sua partida repentina deixou muita gente desnorteada. Professor, jornalista e grande batalhador social, Belintani faleceu no auge de suas atividades, aos 56 anos, vítima de ataque cardíaco. Atuava há mais de 30 anos na área de direitos humanos, focado em verdade, memória e justiça. Na editora Abril, entre 1987 e 2001, foi editor de várias revistas da casa, entre elas, Placar, e passou pelo caderno Cotidiano da Folha em 2002. Atuou no Terceiro Setor a partir de 2005 em instituições como Fundação Kellogg e CEPAL, além de desenvolver projetos voltados à inclusão de pessoas com deficiência. Nos últimos tempos, coordenou curso no projeto Repórter do Futuro e foi ombudsman do jornal-laboratório Contraponto do curso de jornalismo da PUC. Também ocupou a presidência da Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas de SP e da Associação Amigos do Arquivo Público do Estado. Tive a oportunidade de trocar algumas ideias com Milton, pois trabalhei praticamente na mesma época que ele na Abril, e ele frequentava com assiduidade meu setor, o Dedoc ( Departamento de Documentação). Belintani fará uma grande falta não só como profissional de comunicação, mas como incentivador e ativista social, voltado para as pessoas e a identidade legítima de cada indivíduo. Em 03/11.

Pamps (1953-2015)

Pamps em revival dos anos 80 em São Paulo ( 2009) - foto: Revista Trip
Icônico músico do cenário independente dos anos 80, foi baixista no auge do movimento Lira Paulistana, em formações ao lado de Eliete Negreiros, Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção ( como integrante da primeira formação do Isca de Polícia, que gravou o LP Beleleu, Leleu, Eu de 1980). Em seguida fundou uma das bandas mais cultuadas da década, o Smack, ao lado dos amigos Thomas Pappon (bateria), Edgard Scandurra ( guitarra) e Sandra Coutinho ( baixo). Tocando guitarra e assumindo os vocais principais e as letras, Pamps foi a alma do grupo pós-punk, que gravou dois discos na época - Ao Vivo no Mosh (1985) e Noite e Dia (1986). O Smack ainda teve uma segunda vida nos anos 2000, quando gravou o CD "3" em 2008. Pamps sempre se manteve independente, e foi daqueles que vivem a vida intensamente. Seus amigos e companheiros da música fazem questão de se lembrar com carinho da sua grande lealdade e doçura. Assim será.

Allen Toussaint ( 1938-2015)

Lenda do R&B, Allen continuava na ativa e foi logo depois de um concerto em Madri que veio a falecer, em 09/11. Um de seus maiores legados foi ter introduzido ainda na década de 60 harmonias do pop/rock e do funk no jazz e r&b de Lousiana.


Sandra Moreyra ( 1954-2015)

Foto: divulgação TV Globo
Outra profissional do jornalismo que se despediu muito cedo, Sandra era muito querida no meio e lutou bravamente contra um câncer reincidente durante sete anos. Entre exames e quimioterapias severas, trabalhou e trabalhou muito, como sempre. Em seus mais de 40 anos de repórter, cobriu grandes eventos da História do pais: o acidente radioativo do Césio 137, a morte de Tancredo Neves, o Plano Cruzado, a tragédia do Bateau Mouche, a recente ocupação do morro do Alemão, entre tantos outros fatos. A cobertura que achava a mais marcante da carreira foi o enterro dos mortos na chacina do Vigário Geral, em 1993. Cercada por jornalismo por todos os lados, seu sangue sempre foi de redação: o avô, Álvaro Moreyra era escritor e dirigiu revistas importantes na sua época, como Fon-Fon e Paratodos. Já o pai, Sandro Moreyra, foi crônista esportivo dos mais conceituados. A irmã, Eugênia, jornalista também, trabalha na GloboNews. A carreira começou na pesquisa do JB e depois de idas e vindas, virou repórter de TV, primeiro na TV Aratu, depois na Band, Manchete, até cair na Globo, de onde nunca mais saiu. Era considerada pelos colegas como uma jornalista múltipla: boa na edição, na reportagem e no vídeo. Nos últimos tempos, com o câncer, sua voz ficou comprometida e outro dos seus dons veio à tona: a escrita. Tornou-se uma cronista de mão cheia, com um texto esbanjando personalidade. Sandra batalhou até o fim e é essa sua imagem de botar a cara na frente das dificuldades e das tragédias, com firmeza e esperança, que vai ficar no imaginário brasileiro.

Phil "Philthy Animal" Taylor (1954-2015)

Lendário baterista da formação clássica do Motörhead, entre 1975 e 1984 e 1987 a 1992. Com ele, a banda gravou um dos maiores discos do rock de todos os tempos, "Ace of Spades". Figura cultuada, andava doente a um bom tempo e sua morte foi sentida por meio mundo do rock, de Ozzy a Dave Mustaine e Slash.